sexta-feira, setembro 28, 2012

MP: é legal copiar músicas e filmes na Net .


.É um despacho que promete dar que falar durante muito tempo: o Ministério Público considera que é lícito descarregar cópias de filmes e música em redes de Partilha de Ficheiros (P2P) em Portugal.



No início de 2011, a Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal (ACAPOR) surgiu nos títulos dos jornais por apresentar queixa na Procuradoria Geral da República de dois mil internautas portugueses que usavam sites de P2P para partilhar cópias alegadamente ilegais de filmes.



Passado pouco mais de um ano, Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), que tem objetivo analisar as queixas apresentadas na PGR que depois são encaminhadas para o Ministério Público, deu a conhecer um despacho demolidor para as pretensões da ACAPOR.



Além de vários reparos aos procedimentos seguidos pela ACAPOR, o DIAP dá a conhecer um despacho que se arrisca a marcar a história da defesa dos direitos de autor em Portugal. Eis um excerto que acaba de chegar à nossa redação: «Acresce que, do ponto de vista legal, ainda que colocando-se neste tipo de redes a questão do utilizador agir simultaneamente no ambiente digital em sede de upload e download dos ficheiros a partilhar, entedemos como lícita a realização pelos participantes na rede P2P para uso privado - artº 75º nº 2ª) e 81º b) do CDADC, - ainda que se possa entender que efetuada a cópia o utilizador não cessa a sua participação na partilha».



Apesar de considerar que o Código de Direitos de Autor e Direitos Conexos (CDADC) não tornou ilegal o uso de redes de partilha de ficheiros (P2P), o despacho do Ministério Público reconhece o mérito à ações levadas a cabo pela ACAPOR por alertarem para a necessidade de repensar as questões jurídicas relacionadas com a defesa dos direitos de autor de filmes, música e software na era digital. Mas também neste ponto os investigadores do DIAP deixam um reparo – e lembram que a defesa dos direitos de autor deve ser aplicada tendo conta igualmente «o direito à educação, à cultura, da liberdade de ação no espaço cibernáutico (sic), especialmente quando tal liberdade se cinge ao individual nada se relacionado (sic) com questões comerciais, com o lucro de atividade mercantil».



No mesmo despacho, os responsáveis do DIAP e do Ministério Público confessam ser impossível investigar a distribuição e o download de cópias ilegais na Internet através do número de IP. Segundo os investigadores, acusação de alguém com base no número de IP é «errónea», uma vez que o titular do número do Protocolo usado no acesso à Net «não é necessariamente o utilizador naquele momento concreto, não é necessariamente o que disponibiliza a obra, mas o que vê serviço registado em seu nome, independentemente de o usar ou de apenas figurar formalmente como seu titular».



O Ministério Público refere, com base na análise que faz dos artigos do CDADC, que só em situações em que o autor (e depreende-se que mais ninguém, apesar de o CDADC referir igualmente artistas, e produtores) expressamente o proíbe se pode considerar crime a partilha pública de uma obra.



O despacho deixa ainda implícita uma crítica à forma como a ACAPOR lidou com o processo, sublinhando que a associação que representa os clubes e lojas de vídeos não apresentou qualquer documento a comprovar que os autores do(s) filme(s) proibiram a «disponibilização pública».



A reação da ACAPOR



Nuno Pereira, diretor da ACAPOR, informa que já requereu a nulidade do inquérito que deu origem a este despacho. «Até porque consideramos que não ouve inquérito e que o Ministério Público se limitou a ouvir a ACAPOR e os técnicos da Inspeção Geral de Atividades Culturais (IGAC)». Nuno Pereira acredita que, se for declara a nulidade, o inquérito terá de ser voltar ao início. Caso não seja declara a nulidade, a ACAPOR vai avançar uma ação contra o Estado Português e apresentar queixa na Comissão Europeia.



O responsável da ACAPOR salienta ainda que as 2000 queixas apresentadas no início do ano passado não tinham por objetivo acusar os titulares das cointas de acesso à Internet usadas para o download de obras protegidas pelos direitos de autor. «Mas era importante saber quem eram os titulares dessas contas para depois se investigar quem realmente usou aquele acesso para fazer o download», explica.



A inexistência de comprovativo de proibição de partilha pública também merece críticas da ACAPOR:«Estamos a falar de filmes que estavam, ness altura nas salas de cinema e no circuito comercial e por isso seria público e notório de que não havia autorização de partilha pública», refere Nuno Pereira.



O conceito de partilha de ficheiros também suscita diferentes opiniões: Nuno Pereira admite que a Lei da Cópia Privada não exige que as réplicas para uso privado têm de ser feitas a partir de originais legítimos, mas lembra que esta lei apenas se aplica à cópia e não ao ato de partilha. «Tenho dificuldade em perceber como é que se pode fazer uma partilha para uso privado. É um conceito que não entendo», acrescenta.



O responsável da ACAPOR faz uma descrição pouco abonatória da atuação das autoridades em todo este processo:«Para mim, o Ministério Público apenas arranjou uma forma de adaptar a lei ao seu interesse – e o seu interesse era não ter que mandar 2000 mil cartas, ouvir 2000 mil pessoas e fazer 2000 mil perícias a computadores».



Hugo Séneca
Exame Informática
26-09-2012

terça-feira, junho 19, 2012

Génio” é uma palavra utilizada com frequência na área da música, mas legitimamente aplicada, de facto, no caso de Stanley Jordan.


Leonard Feather, critico de jazz, “Los Angeles Times”



Considerado um dos mais importantes músicos e guitarristas do séc. XX e aclamado, desde o início da carreira, tanto pelo público como pela crítica, Stanley Jordan vai estar pela primeira vez em Lisboa para um especial e ansiado concerto.

Natural de Chicago, Stanley Jordan começou a estudar piano aos seis anos e interessou-se, posteriormente pela guitarra, influenciado pela música de Jimi Hendrix, The Temptations ou The Beatles, que ouvia na rádio, nos anos 60.

O primeiro momento importante da sua carreira foi logo no início, em 1985, quando o álbum, “Magic Touch”, foi primeiro lugar na secção de jazz da revista Billaboard, durante 51 semanas, foi “Disco de Ouro” nos EUA e no Japão e deu a Stanley Jordan duas nomeações para os Grammy. Desde aí, tem vindo a demonstrar, até hoje, uma personalidade musical camaleónica, imaginativa, versátil e ousada. Uma lenda viva da guitarra e do jazz.

No CCB, Stanley Jordan terá como convidado, em palco, o brasileiro Dudu Lima, “um dos melhores baixistas do mundo”, segundo Jordan. Numa viagem a dois, com destino ao inesperado, esperam-se caminhos através de obras clássicas, produções originais, explorações inspiradas em temas pop-rock, incursões directas ao jazz ou, mesmo, improvisação.

A primeira parte será assegurada por Habib Faye. Em estreia no nosso país, Habib Faye é um produtor, compositor, baixista e mestre dos teclados, natural do Senegal. Sendo considerado um dos mais talentosos baixistas africanos, vem ao CCB apresentar o álbum “H20” que acabou de gravar pela mão da Odaras Productions.



sexta-feira, novembro 11, 2011

Não voltarei a ser ... fiador !!!


Olavo Bilac, vocalista da banda Santos & Pecadores, está Insolvente.
A pedido do próprio, o Juízo do Comércio do Tribunal de Sintra decretou a insolvência do cantor. "A minha vida está num reboliço à conta disso", confidenciou ao Negócios.
A voz de canções como "Fala-me de Amor" ou "Não Voltarei a Ser Fiel" conseguiu ultrapassar o estigma social que está associado ao acto de recorrer ao processo de insolvência, sendo assim mais um dos milhares de portugueses decretados falidos.

"Estou a tratar desse assunto com os advogados", reagiu Olavo Bilac em declarações ao Negócios. Questionado sobre os motivos que determinaram esta situação, o vocalista dos Santos & Pecadores disse que "foi um negócio que correu mal". Em causa está um "health club", aberto em 2008, no Cacém, cuja propriedade, garante o cantor, "já está com outras pessoas".

"Não posso adiantar mais nada, a minha vida está num reboliço à conta disso", rematou Bilac, que completa 44 anos de idade no dia 26 de Dezembro próximo.

No primeiro semestre deste ano, foram decretados insolventes 2.425 particulares em Portugal. São números da Direcção-Geral da Política de Justiça, de cuja análise se conclui que, pela primeira vez, o número de pessoas singulares falidas ultrapassa o das empresas nesta situação (2.109 neste período).

A insolvência acontece quando a pessoa não consegue honrar todas as suas dívidas. O tribunal nomeia então um administrador que estabelece como se vai pagar aos credores. No caso de Olavo Bilac, a administradora de insolvencia já está nomeada. (in Correio da Manhã e J. de Negocios de 11.11.11)

sexta-feira, julho 16, 2010

Jazz no Jardim de Inverno, pelo JB Jazz-Museu do Azulejo


Na esteira das iniciativas Museus abertos à noite temos o Museu do Azulejo em
22 DE JULHO
Programa com Jazz às 21.00
18h00 | 21h00 – Oficinas de pintura de azulejo na técnica de faiança
18h00 | 23h00 – Ateliers de Batik, técnica indonésia de pintar em tecido. Traga a sua t-shirt (100% algodão) e personalize-a
18h30 – Visita orientada à exposição permanente e espaços conventuais
18h30 – “Perdidos no Grande Painel de Lisboa”, jogo de exploração do painel “Vista de Lisboa”, c. 1700. Crianças e adolescentes dos 7 aos 15 anos.
19h00 | 22h00 – Ateliês de Origami – Venha transformar uma folha de papel…
20h30 – Visita orientada à exposição permanente e espaços conventuais
21h30 – Jazz no Jardim de Inverno, pelo JB Jazz

quinta-feira, abril 08, 2010

1946/2010

Morreu Malcom McLaren, o provocador que “inventou” o punk
08.04.2010 - 20:34 Por Mário Lopes

9 de 9 notícias em Cultura
« anteriorMalcolm McLaren, o manager dos Sex Pistols que ajudou a definir o punk, morreu hoje em Nova Iorque, aos 64 anos, vitimado por um cancro. Les Molloy, o seu representante, afirmou que, apesar de doença de que padecia, a morte surgiu de forma inesperada. “Estava a reagir muito bem, é um dia triste”.
Malcom McLaren morreu em Nova Iorque (Dylan Martinez/REUTERS)

Nasceu em Londres, a 22 de Janeiro de 1946, e, na adolescência, abandonou o conforto familiar com o objectivo de estudar arte. Um passo que lhe definiria o futuro, ainda que não tenha sido, de todo, um artista convencional.
Em 1968, leitor ávido dos Situacionistas, tentou chegar a Paris para participar no Maio de 1968. Não conseguiu, mas reteve as estratégias de intervenção dadaístas dos estudantes parisientes. Abandonou em 1971 a última das escolas de arte que frequentou por considerar preferível, afirmaria mais tarde, “ser um falhado extravagante que qualquer tipo de sucesso benigno”.
A partir dessa altura, o seu centro de acção passou a ser a boutique Let It Rock, inaugurada com a estilista Vivianne Westwood, então sua mulher. Foi enquanto participante numa feira de moda em Nova Iorque que convenceu os proto-punks New York Dolls a aceitarem-no como empresário. A estratégia de choque utilizada, vesti-los com as roupas excêntricas da sua boutique e decorar os seus concertos com bandeiras soviéticas, redundou em fracasso. Mais tarde, contudo, a estratégia deste mitómano evasivo e manipulador genial redundaria num dos períodos mais marcantes da música popular urbana.
Foi na sua boutique, então rebaptizada “Sex”, especializada em adereços sadomasoquistas e ponto de encontro da emergente comunidade punk, que reuniu os Sex Pistols, de quem se tornaria empresário. A banda, um cometa que duraria um par de anos mas que transformou para sempre a história da cultura popular, acabaria em 1978, com os seus membros a acusarem McLaren de os utilizar como marionetas do seu desejo de protagonismo. Ainda assim, a sua marca na história ficava inscrita de forma indelével.
Nos anos seguintes lançou-se numa fugaz carreira a solo e, mais recentemente, “ameaçou” candidatar-se a Mayor da cidade de Londres. Fiel a si próprio, incluiu nas suas propostas a distribuição de bebidas alcoólicas nas bibliotecas da cidade

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

cottas club band








Cottas Club Jazz Band

COTTAS CLUB JAZZ BAND são uma formação orientada à Musica Dixie, aquela que possui o genuíno estilo de New Orleans, terra berço do Jazz e lugar de grandes tradições nesta vertente musical.
Tiveram a sua primeira actuação em Maio de 2003, no Bombarral. Desde então têm vindo a actuar e animar as mais variadas plateias, difundindo e dando o elevado destaque ao jazz Dixie.
Uma vez que todos os elementos constituintes, sendo amadores, simultaneamente fazem ou fizeram parte da banda filarmónica do Bombarral, este grupo assume-se como o mais recente elemento do CCMB.
Oferecem excelentes momentos, com uma música diferente; alegre e divertida. Ou não fosse o Tradicional DIXIE uma pura fonte de improviso e de boa disposição.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

exposição chico science











Exposição em São Paulo homenageia Chico
A partir do dia 4 de fevereiro o mangue invade São Paulo. O Itaú Cultural recebe a exposição Ocupação Chico Science, que retrata a vida e obra do músico pernambucano e ex-líder do grupo Nação Zumbi, que sacudiu a cena musical brasileira com o manguebeat.
Chico e Antônio Carlos Nóbrega, alguns dias antes da morte de Chico. Os dois se apresentariam juntos no carnaval de 1997 (Foto: Fred Jordão)
Com a mistura de rock, hip hop, maracatu, ritmos regionais e batidas eletrônicas, o movimento, que ganhou grande destaque internacional nos anos 90, acaba de se tornar Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco. E para homenagear seu maior ícone, Chico Science - morto em um acidente de carro, em fevereiro de 1997 -, a mostra reúne material de shows, esculturas, obras, capas de discos, fotos, roupas e objetos pessoais; além de filmes, debates com quem presenciou a cena e shows com Mundo Livre S/A e Orquestra Popular da Bomba do Hemetério.
Entre os destaques da exposição estão o Manifesto Mangue, assinado pelo vocalista do Mundo Livre S/A, Fred 04; áudios de entrevistas, cartas originais, fotos e roupas garimpadas pela família de Science; e uma réplica do Laudau que tornou a marca do cantor. Nas artes visuais, os grafites do pernambucano Derlon, esculturas do também pernambucano Evencio, gravuras de Juliana Notari e uma tela de Fernando Peres também mostram a efervescência da cena cultural dos “manguebeatianos”.
exposição traz também uma mostra de filmes e videoclipes relacionados ao manguebeat, com obras como: Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (1997), Texas Hotel, de Cláudio Assis (1999), Josué de Castro – Cidadão do Mundo, de Silvio Tendler, 1995, e Amarelo Manga, de Cláudio Assis (2003). Em paralelo, personalidades atuantes do movimento, junto com agitadores culturais de diversas partes do mundo, discutirão a importância de Chico Science e do manguebeat para a cultura popular brasileira.
Criador & Criatura
por Redação ONNE

SERVIÇO
Ocupação Chico ScienceDe 4 de fevereiro a 4 de abrilDe terça a sexta, das 9h às 20hSábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Entrada franca
Estacionamento com manobrista: R$ 8,00 a primeira hora; R$ 4,00 a segunda hora; e R$ 2,00 por hora adicionalEstacionamento gratuito para bicicletasAcesso para deficientes físicosAr condicionado
Itaú CulturalAvenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do MetrôFones: 11. 2168-1776/1777http://www.itaucultural.org.br/

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

HOT CLUB


A apertada cave onde o jazz entrava pela noite dentro vai desaparecer de vez, mas o Hot Clube de Portugal deverá renascer, ainda que provisoriamente, num prédio devoluto da Câmara de Lisboa, também situado na Praça da Alegria.
Sem apoio camarário será preciso recorrer a mecenas para pôr a nova sede a funcionar (Enric Vives-Rubio)
Em declarações ao PÚBLICO, Luís Hilário, programador e director artístico do Hot Clube, revelou que estão "a ultimar o projecto para a nova instalação do clube", depois do incêndio que inutilizou o antigo espaço em Dezembro. A solução provisória para o mais antigo clube de jazz português e um dos mais antigos do mundo será o rés-do-chão de um prédio devoluto próximo da antiga cave, de "construção mais recente do que o do Hot e que terá sido provavelmente uma loja ou armazém", adianta o mesmo responsável, mantendo para já segredo sobre a localização precisa. Luís Hilário acrescenta, por outro lado, que a Câmara de Lisboa informou o Hot Clube de que a sua antiga cave iria ser demolida, conservando-se apenas a fachada do imóvel. O PÚBLICO não conseguiu confirmar esta informação junto da autarquia.A administração do clube aguarda agora a realização de um orçamento para o novo espaço, que precisa de obras. A avaliação está a ser feita por um gabinete de arquitectura e engenharia composto por antigos frequentadores do Hot Clube, que "estão a trabalhar gratuitamente no projecto", vinca Luís Hilário. "Estamos à espera de saber quanto custaria este novo espaço para depois vermos como vamos financiá-lo", adianta. A expectativa do clube é que a Câmara de Lisboa suporte ou contribua, já que o espaço em questão foi um dos propostos pela autarquia numa reunião realizada em Janeiro. Sem a câmara, "teremos de pensar noutras soluções, como uma campanha de angariação de fundos ou procurar mecenas entre as grandes empresas nacionais", conclui.Luís Hilário não tem previsões de quando possa reabrir o clube no novo espaço. "Podemos ter um novo Hot Clube daqui a seis meses ou para o ano", refere. Enquanto não se resolve a situação, o clube escolheu três espaços - o cabaret Maxime, a Fábrica de Braço de Prata e o OndaJazz para realizar três concertos do quarteto Kari Ikonen, a partir de amanhã.Segundo o director artístico, a ideia é que a nova "sede" do Hot Clube na Praça da Alegria seja provisória, visto que a administração recebeu em Janeiro a garantia por parte da autarquia lisboeta de que o antigo edifício será reabilitado e que se irá avançar com a criação de uma Casa do Jazz, onde se reúna o espólio do fundador Luís Villas-Boas. "Este provisório pode é demorar anos", alerta Luís Hilário, "já que a reconstrução do prédio não pode seguir adiante enquanto não for resolvido nos tribunais o caso Bragaparques".Em Janeiro, numa reunião com a administração do Hot Clube, a autarquia prometeu integrar a recuperação do número 39 no Plano de Pormenor do Parque Mayer mas admitiu que, enquanto o litígio judicial com a Bragaparques não for decidido, não fará nenhuma intervenção no espaço. Em 2005, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou a permuta dos terrenos do Parque Mayer (da Bragaparques) por parte dos terrenos camarários da antiga Feira Popular, em Entrecampos. O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do restante espaço da Feira Popular, adquirido também pela Bragaparques. O actual vereador Sá Fernandes denunciou a situação ao Ministério Público, gerando processos nos tribunais que se arrastam até hoje., ainda que provisoriamente, num prédio devoluto da Câmara de Lisboa, também situado na Praça da Alegria.
Sem apoio camarário será preciso recorrer a mecenas para pôr a nova sede a funcionar (Enric Vives-Rubio)
Em declarações ao PÚBLICO, Luís Hilário, programador e director artístico do Hot Clube, revelou que estão "a ultimar o projecto para a nova instalação do clube", depois do incêndio que inutilizou o antigo espaço em Dezembro. A solução provisória para o mais antigo clube de jazz português e um dos mais antigos do mundo será o rés-do-chão de um prédio devoluto próximo da antiga cave, de "construção mais recente do que o do Hot e que terá sido provavelmente uma loja ou armazém", adianta o mesmo responsável, mantendo para já segredo sobre a localização precisa. Luís Hilário acrescenta, por outro lado, que a Câmara de Lisboa informou o Hot Clube de que a sua antiga cave iria ser demolida, conservando-se apenas a fachada do imóvel. O PÚBLICO não conseguiu confirmar esta informação junto da autarquia.A administração do clube aguarda agora a realização de um orçamento para o novo espaço, que precisa de obras. A avaliação está a ser feita por um gabinete de arquitectura e engenharia composto por antigos frequentadores do Hot Clube, que "estão a trabalhar gratuitamente no projecto", vinca Luís Hilário. "Estamos à espera de saber quanto custaria este novo espaço para depois vermos como vamos financiá-lo", adianta. A expectativa do clube é que a Câmara de Lisboa suporte ou contribua, já que o espaço em questão foi um dos propostos pela autarquia numa reunião realizada em Janeiro. Sem a câmara, "teremos de pensar noutras soluções, como uma campanha de angariação de fundos ou procurar mecenas entre as grandes empresas nacionais", conclui.Luís Hilário não tem previsões de quando possa reabrir o clube no novo espaço. "Podemos ter um novo Hot Clube daqui a seis meses ou para o ano", refere. Enquanto não se resolve a situação, o clube escolheu três espaços - o cabaret Maxime, a Fábrica de Braço de Prata e o OndaJazz para realizar três concertos do quarteto Kari Ikonen, a partir de amanhã.Segundo o director artístico, a ideia é que a nova "sede" do Hot Clube na Praça da Alegria seja provisória, visto que a administração recebeu em Janeiro a garantia por parte da autarquia lisboeta de que o antigo edifício será reabilitado e que se irá avançar com a criação de uma Casa do Jazz, onde se reúna o espólio do fundador Luís Villas-Boas. "Este provisório pode é demorar anos", alerta Luís Hilário, "já que a reconstrução do prédio não pode seguir adiante enquanto não for resolvido nos tribunais o caso Bragaparques".Em Janeiro, numa reunião com a administração do Hot Clube, a autarquia prometeu integrar a recuperação do número 39 no Plano de Pormenor do Parque Mayer mas admitiu que, enquanto o litígio judicial com a Bragaparques não for decidido, não fará nenhuma intervenção no espaço. Em 2005, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou a permuta dos terrenos do Parque Mayer (da Bragaparques) por parte dos terrenos camarários da antiga Feira Popular, em Entrecampos. O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do restante espaço da Feira Popular, adquirido também pela Bragaparques. O actual vereador Sá Fernandes denunciou a situação ao Ministério Público, gerando processos nos tribunais que se arrastam até hoje.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

GENIAL-Sobre downloads de musica na internet-mais vale tirar um curso !!


Comprar música na Internet? Só tirando um curso primeiro

O aparecimento duma nova realidade tecnológica (partilha de ficheiros online) confundiu por completo a cabeça dos "senhores pensantes". Das editoras à Justiça. Neste artigo, originalmente publicado no TEK Sapo, que reproduzimos com a devida vénia, Por Gustavo Homem discorre com graça sobre o assunto.

Compra legal de música na Internet: afinal onde está o negócio?
Por Gustavo Homem(*)

Recentemente tem-se ouvido bastante música de fundo, alguma voz off e uns quantos zumbidos acerca do gigantesco problema da partilha ilegal de ficheiros na Internet. Dado que o tema está na moda, não poderia deixar de me associar ao não menos gigantesco movimento (música de fundo, voz off e zumbidos) dos que opinam sobre o assunto. E porque ser contra-natura por vezes factura, vejo-me desta feita forçado a dar razão a Manuel Cerqueira, da ASSOFT, quando pergunta "afinal onde está o negócio?".

Esta pergunta é central. Aliás, é a única pergunta que interessa. Manuel Cerqueira mostrou que está atento e compreende o problema.

Vejamos: fui à Music Box da TMN e adquiri uma música... que não tocou. Fui à Nokia Music Store e não consegui entrar. Fui à loja de música da Vodafone que me disse que o meu sistema era incompatível por falta de um activo X. Fui à Amazon, mas o serviço não estava disponível em Portugal. Ainda pensei no iTunes, mas só gosto daqueles players de 20 euros da Worten que é só ligar ao PC (a qualquer um, com qualquer SO) e já está... Não percebo o que se passa com esta gente da música e dos filmes que tudo parece complicar. Não deveria ser só pagar e fazer download como quem compra uma viagem de avião?! Afinal onde está o negócio?!

Como se viu, não há negócio. Por muito que tentasse não consegui gastar os 20 euros que a minha avó Cremilde me deu “para ir ao cinema”. Pior do que isso: nunca nos meus dois anos e quatro meses de Internet o eMule, o BitTorrent ou mesmo os meus vizinhos a quem peço músicas me trataram com semelhante hostilidade.

Reconheço as minhas limitações no que toca à utilização de aplicações informáticas online, mas apesar de tudo tenho-me safado razoavelmente com tudo o que é moderno e está na moda: do Gmail ao Facebook, o Delicious e o Linkedin, Wordpress qb, Wikipedia e até (lamentavelmente) o Bugzilla. Comprar música é que parece ser mais complicado... quiçá se me inscrever no Curso de Computadores ali da Junta a coisa melhore.

Tudo isto me leva a pensar que não é a pirataria que leva a perdas de negócio, é o não haver negócio que impede que se faça negócio. De facto, enquanto Amália cantava “que estranha forma de vida”, Miguel Esteves Cardoso, que não sabia cantar, explicava ao país o sentido do verbo haver-haver, a que recorro no seguinte exemplo:
– Ó companheiro, arranja-se aí uma loja de música online para gastar uns trocos?
– Epá, acho que não.
– Não?! Tás-me a querer dizer que não há?!
– Pois. Não há... Bem, haver-há, só que...

Mais recentemente, perguntou-me a minha prima mais nova, utilizadora do Magalhães:
– Ó primo, eu posso aceder a um vasto catálogo de música, filmes e desenhos animados, com a informação pesquisável, organizada por tags e classificada em comunidade, e descarregá-lo da Internet sem grandes demoras e com boa qualidade?
– É claro que sim, sem problemas.
– Achas que posso investir aí alguns euros da minha mesada?
– Ah.... cof... cof... Bom, pagando certamente será mais difícil!

Veja-se o conflito emocional a que fica exposto qualquer primo honesto. Sugerir que vá comprar uma pilha de CDs e DVDs à FNAC e ser escorraçado pela mãe que é Engenheira do Ambiente? Ou sugerir que “vá à net” com o Internet Explorer (que ela já me adiantou que “não aprecia”), compre umas músicas, que lhe duram uma semana e não tocam no player da amiga, e ficar desacreditado para o resto da vida? Talvez a mãe seja chata e a filha mimada, mas é a família que tenho e felizmente gosto dela.

É por estas e por outras que, apesar de defender que se devem respeitar os direitos de autor em todos os tipos de obra (música, filmes, livros, software, …), não estou a ver como tal possa acontecer enquanto a indústria teimar em não disponibilizar um serviço como toda a gente quer: rápido, compatível, universal e barato.

É caso para se dizer: os utilizadores estão na versão 2.0 mas a indústria ainda vai na 0.2.

Se alguém vier a saber de um serviço de compra de música sem activos X, DRM, plásticos ou outros materiais poluentes e que funcione em Portugal, tenha a bondade de me contactar para que lá possa fazer umas compras que tenho adiado sucessivamente. E quando esse serviço existir, acabe-se voluntariamente com a parvoíce da pirataria e utilizem-se os serviços de partilha de ficheiros, mas em plena conformidade com a vontade dos autores e as licenças associadas a cada obra.
Oxalá a espera seja breve!

P.S. Desculpar-me-ão os leitores o excesso de informalidade neste artigo. O problema prende-se com estar de férias, sem acesso a gravatas, mas ao som de boa música.

(*) Director Técnico da Ângulo Sólido
OUTRA NOTICIA:


indústria de música nos EUA decidiu mudar o comportamento com as pessoas que fazem downloads ilegais.

Até aqui as empresas discográficas gastavam milhões de dólares em processos não só contra quem fazia o download, mas também, contra sites e organizações. Desde 2003 até este ano foram processadas mais de 35 mil pessoas. No entanto, a maior parte dos processos acabou por ser ganha pelos utilizadores.

Agora a RIAA (Record Industry Associaton of America), associação que representa a indústria musical nos EUA, estabeleceu um acordo com os maiores fornecedores de acesso à Internet norte-americanos. Sempre que a RIAA detectar que algum utilizador esteja a fazer um download ilegal avisa o fornecedor de web que se encarrega de resolver a situação. O fornecedor começa por pedir ao internauta que pare de partilhar ficheiros ilegais, mas ao terceiro aviso pode diminuir a ligação à net ou até mesmo desligá-la.

A ajudar esta decisão da RIAA estão as últimas notícias que afirmavam que a maior parte dos acusados eram adolescentes, idosos e até algumas pessoas que já tinham morrido. Apesar de desistir de novos processos, a RIAA mantém todos os que abriu até agora. A Electronic Frontier Foundation, associação de defesa dos internautas, saudou a decisão da RIAA.

Noticia expresso on line

segunda-feira, novembro 02, 2009

O ultimo adeus ao autor do som da frente


António Sérgiodeixou órfãa nossa rádio
Radialista faleceu anteontem, vítima de problema cardíaco. Funeral realiza-se hoje, às 15 horas, em Lisboa
00h30m
ANA VITÓRIA
O radialista António Sérgio, um dos maiores divulgadores de música em Portugal, morreu anteontem, aos 59 anos, vítima de ataque cardíaco. A voz dos míticos "Som da frente", "Lança chamas" ou "A hora do lobo" foi referência dos últimos 40 anos.

"Ao longo dos anos, o que percebi é que boa parte das pessoas de determinada idade atribui-me uma boa parte da sua formação musical, do abrir a orelhinha", dizia António Sérgio numa entrevista dada em 2007.

E, de facto, como reconheceu ontem Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, ele "deixa uma grande escola na maneira de fazer rádio, quer pela sua voz característica, quer pela forma como sempre se entregou à divulgação da música mais underground". O guitarrista daquela que é a mais antiga banda portuguesa no activo (recentemente assinalou 30 anos de carreira) lembrou que o lançamento do seu grupo foi apadrinhado pelo conceituado radialista.

"Durante esses tempos iniciais ele era a pessoa a que recorríamos com frequência. A amizade foi-se cimentando ao longo dos anos. A nossa relação era de grande cumplicidade", lembrou o músico.

António Sérgio é unanimamente reconhecido como "o maior divulgador da música da frente" dos anos 70 e 80 em Portugal, através de programas que marcaram gerações e abriram o país à música mais vanguardista então produzida. À carreira de radialista juntou também um percurso de produtor e editor discográfico. Presentemente, mantinha um programa activo ,"Viriato 25", na estação de rádio "Radar", tendo inclusivamente estado em estúdio a gravar o programa desta semana. Luís Montez, proprietário da Radar, garantiu já que "Viriato 25" será posto no ar, tal como o previsto. Referindo-se ao radialista falecido, Montez qualificou-o como "um mestre da rádio e uma referência", lembrando inclusivamente que ele se tornou também conhecido como o "John Peel português", nome de um famoso radialista e divulgador musical inglês.

António Sérgio estreou-se aos microfones da Rádio Renascença, em 1968, como locutor de continuidade. Entre 1977 e 1980 foi apresentador do programa "Rotação". Seguiram-se depois "Rolls Rock", "Som da Frente" (de 1982 a 1993), "Lança Chamas", e "O grande Delta", de 1993 a 1997. Em 2007, depois de dez anos na Rádio Comercial, onde dava voz à "Hora do lobo", António Sérgio viu este seu programa ser cancelado, o que chegou a originar uma onda de protestos por parte dos ouvintes. Em Dezembro de 2007, mudou-se para a Radar FM onde apresentava "Viriato 25".

Ao fim destes anos de carreira, confessava o radialista que "já não é o bichinho da rádio que morde, já sou eu que sou o bicho da rádio!". Talvez fruto dessa paixão desmedida deixou agora órfã uma legião de seguidores. Os mesmo que, tal como Pedro Mexia, director da Cinemateca Portuguesa , gostavam "da paixão sereníssima daquela voz, e daquela selecção irrepreensível".

O funeral de António Sérgio realiza-se hoje, para o Cemitério dos Prazeres, depois da missa de corpo presente, às 15 horas, na Basílica da Estrela, em Lisboa.