segunda-feira, fevereiro 18, 2008

JAZZ ´N´ GAIA 2008 GRANDES NOMES


Courtney Pine no festival Jazz ´n´Gaia no final de Março
Mário Laginha Trio, Fado em Si Bemol, Sexteto Ivan Lins, Sexteto Michael Lauren e Courtney Pine constituem o extraordinário cartaz do Festival Internacional de Jazz de Gaia 2008 que vai decorrer em Março.

O jazz está de regresso a Vila Nova de Gaia e cumpre as tradições de envolver grandes nomes que, ao longo de três noites, farão as delícias dos melómanos com gostos variados.

Marcado para 27, 28 e 29 de Março no Auditório Municipal, o "Jazz n Gaia 2008" - Festival Internacional de Jazz de Gaia? abrirá com um concerto que só não ofuscará demasiado os restantes porque também esses serão protagonizados por grandes nomes desta área musical.

Com efeito, a primeira noite levará ao palco três amigos de longa data que há quatro anos avançaram para um trio jazzístico: o Mário Laginha Trio. Integra o pianista e compositor que lhe dá o nome e também Bernardo Moreira (baixo) e Alexandre Frazão (bateria), o que promete desde logo um grande espectáculo.

Mas o tempo para respirar é pouco pois, logo no dia seguinte, o festival conta com os também já conhecidos Fado em Si Bemol, curioso projecto de origem nacional (portuense, aliás,) que funde diversos estilos musicais numa embalagem jazzística deveras interessante. A banda integra Pedro Matos (voz), Miguel Silva (guitarra portuguesa), Paulo Gonçalves (guitarra), Pedro Silva (contrabaixo) e Juca (percussão).

E, logo a seguir, é a vez de um nome ligado a estrelas como Quincy Jones, George Benson, Sarah Vaughan ou Ella Fitzgerald, mas que fala por si e garante um espectáculo inesquecível: Ivan Lins. A poucos meses de celebrar 65 anos de idade e com cerca de quatro décadas e meia de música Lins apresenta-se em Gaia com o seu Sexteto.

A última noite do evento contará igualmente com dois concertos, o primeiro deles protagonizado pelo Sexteto do baterista Michael Lauren, um ícone internacional do ensino da bateria, membro-fundador de uma das escolas mais rpestigiadas ? a Drummers Collective de Nova Iorque - e também professor da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (Porto).

Por último, o "Jazz n Gaia 2008" termina em grande com outro dos expoentes internacionais do género musical: o saxofonista e clarinetista Courtney Pine.

Gorada a presença de Cassandra Wilson no festival, por motivos de força maior, o cartaz não fica por isso mais pobre e passa a contar com o multifacetado instrumentista britânico, que completa 44 anos poucos dias antes de se apresentar em Gaia e foi galardoado no ano passado com o Best Jazz Act dos Urban Music Awards!
O saxofonista britânico Courtney Pine vai encerrar o «Jazz´n´Gaia 2008», em substituição da vocalista norte-americana Cassandra Wilson, ausente por motivos de força maior, anunciou hoje a organização do festival.

noticia DD

Do cartaz do «Jazz´ n´ Gaia - Festival Internacional de Jazz de Gaia», que se realiza a 27, 28 e 29 de Março no Auditório Municipal, fazem parte o Mário Laginha Trio, os Fado em Si Bemol, o Sexteto de Ivan Lins e o Sexteto de Michael Lauren.
Nascido em 1964, em Londres, Courtney Pine é uma personalidade musical enigmática que regularmente recebe os maiores elogios e os piores ataques da crítica musical, pelas constantes mudanças de orientação que tem imprimido ao seu percurso.

O músico londrino já incluiu na sua música os mais variados subgéneros musicais, desde elementos de diversas tradições musicais até à pop, reggae, electrónica, funk e soul, que combinou com o jazz.

Já tocou com gente variadíssima, desde a estrela do reggae General Saint, até Clint Eastwood (o actor, que é também pianista e apaixonado pelo jazz) e foi também membro da orquestra de jazz de Charlie Watts (o baterista dos Rolling Stones) e dos Jazz Messengers de Art Blakey, uma das melhores bandas de jazz de sempre.

Publicou também discos de jazz «mainstream», como «Modern Jazz Stories» (1995), com uma formação constituída por músicos de elite norte- americanos que incluía a pianista Geri Allen, Mark Whitfield (guitarra), Eddie Henderson (trompete), Charnett Moffett (baixo) e a vocalista Cassandra Wilson, que recebeu os maiores elogios da crítica.

O disco seguinte («Underground», de 1997), frustrou os críticos ao incluir DJ´s de hip-hop e programação de percussão, numa formação que incluía também nomes respeitados do jazz como Jeff Watts, Whitfield, Reggie Veal, Nicholas Payton e Cyrus Chestnut.

Em 2000 lançou outro disco premiado pelas revistas de jazz, «Back in the Day», um tributo ao funky soul-jazz e ao Afro-funk, com músicos como Gary Bartz, Fela, Manu Dibango, Eddie Harris, Idris Muhammad e Bernard Purdie.

A mudança é uma constante da carreira de Courtney Pine, pelo que os seus concertos são também sempre uma surpresa, o que não deixará de suceder a 29 de Março, no Auditório de Gaia.

O concerto de abertura está a cargo do Mário Laginha Trio, formado pelo virtuoso pianista, o contrabaixista Bernardo Moreira e Alexandre Frazão, na bateria, três músicos da primeira linha do jazz nacional.

No dia seguinte, apresentam-se em Gaia os Fado em Si Bemol, projecto de origem portuense que funde diversos estilos musicais numa «embalagem» jazzística.

A banda integra Pedro Matos (voz), Miguel Silva (guitarra portuguesa), Paulo Gonçalves (guitarra), Pedro Silva (contrabaixo) e Juca (percussão).

Logo a seguir, é a vez Ivan Lins, um nome grande da música brasileira, cujas composições foram tocadas e cantadas por estrelas como Quincy Jones, George Benson, Sarah Vaughan ou Ella Fitzgerald.

A poucos meses de celebrar 65 anos de idade e com uma carreira de cerca de quatro décadas e meia, Ivan Lins apresenta-se em Gaia com o seu Sexteto.

A última noite do evento contará igualmente com dois concertos, o primeiro deles protagonizado pelo Sexteto do baterista norte-americano Michael Lauren.

Nome respeitado a nível internacional do ensino da bateria e membro fundador de uma das escolas mais prestigiadas da especialidade, a Drummers Collective, de Nova Iorque, Michael Lauren reside actualmente no Porto, onde é professor do curso de jazz da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (Porto).

Noticia: Diário Digital / Lusa
DISCOGRAFIA
courtney pine
2005 Resistance
2003 Devotion
2000 Back in the Day
1997 Underground
1995 Modern Day Jazz Stories
1992 The Eyes of Creation
1991 Within The Realms of Our Dreams
1990 Closer To Home
1989 The Vision's Tale
1988 Destiny's Song
1986 Journey to The Urge Within

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

JAZZ E CINEMA PORTUGUES- UMA PEROLA EM CD





UMA VERDADEIRA PÉROLA ESQUECIDA
Este cd é uma fantastica incursão do jazz tocado por portugueses no cinema Português.
Parece uma uma ideia simples mas ninguem se lembrou disto até que foi levado à Estrada o projecto "A Jazzar", do Zé Eduardo Unit.
A ideia do CD nasceu por encomenda do Cineclube de Faro, através da sua presidente Anabela Moutinho, após dois espectáculos, respectivamente em 1999 e em 2001.
O primeiro celebrava os 25 anos do 25 de Abril em que o trio tocava temas célebres dessa ocasião histórica, e o segundo homenageava a história do Cinema Português.

E edição em CD de "A Jazzar no Cinema Português" foi um primeiro e estrondoso passo.
Daí até ser nomeado disco do ano em 2002 pelo site Jazz Portugal da responsabilidade do crítico José Duarte, e pela revista de Jazz "All Jazz" foi mais um pequeno espaço.
Para além da excelente visibilidade e recepção do disco, as suas vendas foram muito além das expectativas, esgotando a primeira edição de 2.000 exemplares, justificando uma segunda edição.
Do historial humano e musical de Zé Eduardo e na sequência do célebre concerto de 1999, surgiu a ideia de homenagear um dos mais importantes autores nacionais de todos os tempos, José Afonso, que foi simultaneamente, com as suas palavras e músicas, um dos nomes mais importantes da revolução dos cravos.
De entre todas destaca-se faixa “Cantiga da Rua” a Jazzar no Cinema Português dos anos 30 e 40 tocada com alma esta musica deve ser ouvida atentamente pelos amantes da musica.
Fazem também parte desta singular gravação temas brilhantemente tocados em formado Jazzistico como "Cantar Alentejano", "Coro da Primavera", "Traz outro amigo também", "Grândola" e "O que faz falta é avisar a malta", ganhando nova forma com arranjos muito originais, plenos de humor e magia jazzofonica.
Diz Zé Eduardo que apesar de serem instrumentais até escolheu estes temas pelas letras e não pela música, "...basicamente pelo que representam e pela força das palavras, campo onde o Zeca era um mestre...". "...é claro que a música do Zeca também faz sentido sem a poesia, mas foi graças à sua união com as palavras que o todo se tornou definitivo nesse momento histórico crucial".
Refere ainda sobre este disco que "o Cine Clube de Faro desafiou-me para pegar nestas músicas e reinventá-las ao vivo. Aceitei e reconheço que nos deu um "gozo" memorável. Toda a gente lhe dizia apos os espectaculos: «Eh, pá, vocês têm que gravar isto!!»
“Isto” era o espectáculo Canções dos Filmes de Abril, acontecido em Abril de 1999, com o Zé Eduardo Trio, e quem no-lo dizia, com tanta veemência e incontido entusiasmo, era Fernando Matos Silva. Soube-nos bem, e achámos justíssimo, que os músicos bem o mereciam. Dois anos depois, noutra comemoração de um outro dia de Abril – o 6, da nossa fundação em 1956 -, e porque o tema era cinema português, lá foi o segundo desafio ao mesmo Zé Eduardo, que com igual irreverência e mestria recria 5 outras canções de filmes portugueses, de novo com formação em trio.
É um disco imperdivel e 5 anos depois já é bastante raro de encontrar...
Como tudo o que de bom foi feito na musica em Portugal vai sendo esquecido com o tempo.

BIOGRAFIA DOS MUSICOS:
Zé Eduardo foi fundador e director do Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e da Orquestra de Jazz do Hot Clube antes de se mudar para Barcelona, onde viveu entre 1982 e 1995.
Foi director do Departamento de Jazz da Escola Profissional de Música de Almada e fundador da Escola de Jazz do Barreiro, além de ter leccionado em inúmeros "workshops" e todo o tipo de acções formativas.
Mas é 2002 que marca a imposição definitiva do "performer" sobre as suas outras facetas. Zé Eduardo não tem parado de tocar com o novo formato do seu Unit, em trio, com o baterista Bruno Pedroso e o saxofonista Jesus Santadreu.
Bruno Pedroso é um dos bateristas portugueses mais requisitados. Versátil e inventivo, a sua participação na concepção musical do trio não se ficou apenas pelas baquetas.
Jesus Santandreu é já um dos nomes maiores do saxofone em Espanha, não só pelas suas qualidades musicais muito acima da média, mas também pelo seu humor e espírito generoso que podem levar a música do trio a lugares insólitos. Nas palavras de Zé Eduardo, "...tenho com ele uma empatia musical e pessoal absoluta
Tudo isto resultou num dos mais fascinantes títulos do jazz português: o renascimento discográfico do Zé Eduardo Unit num projecto sobre memórias musicais no cinema nacional.

a Lista de temas, filmes e intérpretes originais do CD é a SEGUINTE:

Músicos
JESUS SANTANDREU
sax tenor
BRUNO PEDROSO
bateria
ZÉ EDUARDO
contrabaixo, piano e direcção

Cd-Audio
Produção
Anabela Moutinho, Cineclube de Faro
Estúdios
Xangrilá, Lisboa
Fábrica
Sonopress, Madrid
Data de gravação
17 e 18 Outubro de 2002
Gravação
Pedro Rego
Misturas e Masterização
Pedro Rego e Christian Schonberg
Capa e Desenhos originais
José Carlos Fernandes
Design
Gabriela Soares – Bloco d – Faro
Tradução
Cristina Firmino
Tiragem
2000 exemplares
Lançamento comercial
9 de Dezembro 2002

FAIXAS:

1. Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar (Pedro Abrunhosa, letra e música*)
Adão e Eva, Joaquim Leitão, 1995 / Pedro Abrunhosa © 1997

2. Balada de Rita (Sérgio Godinho, letra e música*)
Kilas, o Mau da Fita, José Fonseca e Costa, 1980 / Sérgio Godinho © 1978

3. Barco Negro (Caco Velho/Piratini, música / David Mourão-Ferreira, letra) Les Amants du Tage, Henri Verneuil, 1955 / Amália Rodrigues © 1955

4. Grândola, Vila Morena (José Afonso, letra e música) Ano I – 1º de Maio de 1975, U. P.C. nº 1 do IPC, 1975 / José Afonso © 1971

5. Medley
Os Demónios de Alcácer-Kibir (Sérgio Godinho, letra e música*)
Os Demónios de Alcácer-Kibir, José Fonseca e Costa, 1975 / Sérgio Godinho ©1976

Eu Vi Este Povo a Lutar (Confederação) (José Mário Branco, letra e música*)
A Confederação (O Povo è que Faz a História), Luís Galvão Teles, 1977 / José Mário Branco © 1982

6. Peregrinações (Fausto, letra e música*) Acto dos Feitos da Guiné, Fernando Matos Silva, 1980 / Fausto © 1979

7. Verdes Anos (Carlos Paredes, música*) Verdes Anos, Paulo Rocha, 1963 / Carlos Paredes © 1967

8. Os Índios da Meia-Praia (José Afonso, letra e música*) Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia, António da Cunha Telles, 1976 / José Afonso © 1976

9. Cantiga da Rua (António Melo, música / João Bastos, letra*) Costa do Castelo, Arthur Duarte, 1943 / Milú © 1943

(*composto para o filme)

Nota
O tema Barco Negro, embora tendo sido utilizado num filme de produção e realização franceses, foi incluído na presente obra por nele ter participado Amália Rodrigues como actriz e fadista.