segunda-feira, outubro 22, 2007

CoolTrain Crew


No dia 11 de Setembro de 2007 chegou às lojas o CD compilação da CoolTrain Crew (ctc), editado pela Zounds, que reúne remisturas e produções deste colectivo para artistas como Táxi, Da Weasel ou Blasted Mechanism.

A ctc formou-se no final de 1995, com o intuito de atribuir visibilidade a músicas urbanas emergentes como o drum & bass e as linguagens modernas do jazz, constituindo uma alternativa às expressões então predominantes do house e do tecno.

Na sua origem, o núcleo era constituído por vários DJs do Bairro Alto, em Lisboa, todos eles conhecidos em nome individual nos dias de hoje pelas suas actividades enquanto DJs, produtores, músicos e/ou divulgadores: Johnny (que ainda se mantém no colectivo); Tiago Miranda (DJ residente do Lux, membro da dupla Dezperados e músico dos Loosers); Nuno Rosa (também conhecido como Pink Boy e também membro dos Dezperados); Dinis (residente do Lux e um dos mais respeitados DJs das músicas de dança alternativas); Rui Murka (residente da discoteca Frágil, autor de várias compilações e temas avulsos) e Vítor Belanciano (jornalista e crítico de música do jornal “Público“).

Pioneiros do drum & bass em Portugal, começaram por realizar festas em locais como o Captain Kirk, o Indústria ou o Califórnia, antes de fixarem residência no Ciclone (antigo Johnny Guitar). Em simultâneo, alargaram os novos conceitos da música de dança a outros espaços, de Norte a Sul do país, actuando em velhos teatros; em festivais como o Sudoeste ou Blue Spot; em grandes festas de música de dança, abrindo-as a novas sonoridades; no Miradouro do Adamastor; no Coliseu dos Recreios de Lisboa durante os Prémios Blitz de 1997 ou na Praça Sony, durante a Expo’ 98, onde foram também responsáveis pela programação de uma semana de música.

No início do milénio, o colectivo regenera-se. Johnny, Kalaf, Riot, Lil’John e Alx constituem a nova formação. O encontro de Johnny com Kalaf (voz dos 1-Uik Project, Type + Kalaf ou de temas dos Bulllet e Buraka Som Sistema), Lil’John (dos 1-Uik Project, Fusion Lab e Buraka Som Sistema) e Riot (Fusion Lab e Buraka Som Sistema) foram coincidências que resultaram em trabalho consistente. Mais tarde, entra Alx. A CoolTrain apresenta-se ao vivo com outras propostas, propondo sessões DJ com música criada pelos próprios.

Nesta segunda fase, empenham-se também na produção de concertos, garantindo auto-suficiência e profissionalismo, trazendo a Portugal nomes firmados como os 4 Hero, Lemon D & Dillinja, Digital, Randall ou Metalheadz, entre outros.
Em 2003, nasce a CoolTrain Records e DJ Riot lança uma remistura do velho êxito dos Táxi, “Chiclete (Chiklet RMX)”. O tema passa nas rádios e marca o princípio de uma digressão ibérica. O colectivo actuou em cidades espanholas, ao mesmo tempo que a nata do drum & bass espanhol veio a Portugal.

No mesmo ano, o colectivo começou a realizar sessões de jazz, as Jazz Sessions. Com quase cinco anos de intensa actividade em prol duma crescente divulgação e democratização dos vários “jazzes” que se ouvem na actualidade, as Jazz Sessions encontraram nova casa em Julho, o bar-discoteca Lux.

Um percurso desde sempre liderado por Ricardo José Lopes e pelo DJ Johnny da CoolTrain e que, antes de chegar ao Lux, teve os seus passos iniciais nas Leiria Jazz Sessions (no Abadia, entre 2003 e 2005) e nas Lisboa Jazz Sessions (na Bicaense, nos anos de 2005 e 2006), palcos onde se definiu o essencial do espírito das Lux Jazz Sessions: provar que o jazz é uma música com total abertura e modernidade, combustível para a dança e para a festa – relembrando uma das funções prioritárias que estiveram na sua origem –, ao mesmo tempo que se divulgam algumas das mais importantes tendências e criadores da cena jazzística e dos seus incontáveis recantos.

Para além das Jazz Sessions, Riot e Alx foram os DJs escolhidos para produzir a banda sonora do espectáculo “Urgências 2007” que decorreu no Teatro Maria de Matos de 5 a 29 de Julho. Este espectáculo é um conjunto de peças curtas onde actores, DJs e artistas de várias áreas se encontram no palco para procurar um olhar actual e incisivo sobre o presente e as suas “urgências”. Os dois DJs construíram a banda sonora em tempo real, improvisando de noite para noite, alimentando o espírito de urgência que é característica deste espectáculo.

www.myspace.com/cooltraincrew


ALINHAMENTO:

1. Big Bad Wolf full 0:22
escrito e produzido por Cooltrain Crew
2. Shine On/Blind Zero 5:32
escrito e produzido por Blind Zero
Programação adicional por dj Riot
Sob licença de Universal Music Portugal S.A.
3. Blasted Empire/Blasted Mechanism 5:58
(The Empire strikes back mix)
escrito e produzido por Blasted Mechanism
Programação adicional por dj Riot
Sob licença de Universal Music Portugal S.A.
4. Entendimento/Wadada 7:07
escrito e produzido por Prince Wadada
Programação adicional por dj Riot e Al:X
(Scooby Duo)
Publicado por Matarroa
5. Retratamento/Da Weasel 6:024
(DEStratamento mix)
escrito e produzido por Da Weasel
Programação adicional por Cooltrain Crew
sob licença de EMI Music Portugal, Lda
6. Chiclete/ Táxi 6:26
(Chiklet RMX)
escrito e produzido por Táxi
Programação adicional por dj Riot
Sob licença de Universal Music Portugal S.A.
7. Vive a vida que amas/Melo D 6:03
escrito e produzido por Melo D
Programação adicional por dj Riot e Al:X
(Scooby Duo)
Publicado por Enchufada
8. Lisa Insana/ Cooltrain Crew e Sam the Kid 6:02
escrito e produzido por João Barbosa/Sam the Kid/Kalaf
9. Lake/ Spill 6:54
escrito por André Fernandes trazido à luz por Spill
Programação adicional por dj Riot
Publicado por Tone of a Pitch
10. Um homem atravessa lisboa na sua querida bicicleta/Dead Combo 6:13
escrito e produzido por Dead Combo
Programação adicional por Johnny e Al:x
Publicado por Tranformadores
11. Serenata (Springsamba)/ 1Week project 6:09
escrito e produzido por 1Week project
Programação adicional por dj Riot
Publicado por Enchufada

sexta-feira, setembro 28, 2007

Festival de Jazz da Alta Estremadura mantém tradição



Festival de Jazz da Alta Estremadura mantém tradição

Entre 29 de Setembro e 7 de Outubro, as Câmaras Municipais de Leiria e Marinha Grande e a Associação de Desenvolvimento e Cooperação Atlântida organizam, pelo oitavo ano consecutivo, o Festival de Jazz da Alta Estremadura, sob a direcção artística de Pedro Moreira e a direcção executiva de Luís Hilário, ambos do Hot Club de Portugal.

Tal como nas edições anteriores, a linha de orientação deste festival assenta em três aspectos principais, que passam pela aposta na programação nacional e internacional e na formação de jovens músicos, contribuindo para o desenvolvimento musical da região e captando deste modo novos públicos.

No que concerne à formação de novos músicos, mantém-se a existência da Orquestra do Festival de Jazz da Alta Estremadura, que resultará de um workshop orientado pelos músicos Ricardo Pinheiro (guitarra), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) a decorrer no dias 5, 6 e 7 de Outubro no Teatro Miguel Franco, em Leiria, e no Sport Operário Marinhense, na Marinha Grande.

Este workshop culminará com um concerto no Sport Operário Marinhense, onde participarão, para além dos jovens integrantes da Orquestra, o saxofonista Pedro Moreira e o trio constituído pelos músicos formadores.

Paralelamente aos espectáculos decorrerá uma Feira do Disco de Jazz, onde estará à venda material discográfico do universo jazzistíco.
Eis o programa completo:
PROGRAMA

29 de Setembro, sábado - 21h30
Teatro José Lúcio da Silva | Leiria
Marc Copland Trio
Marc Copland (piano) | Gary Peacock (contrabaixo) | Bill Stewart (bateria)

30 de Setembro, domingo - 21h30
Teatro José Lúcio da Silva | Leiria
Drew Gress 5tet “7 Black Butterflies”
Ralph Alessi (trompete) | Tim Berne (saxophones) | Craig Taborn (piano) | Drew Gress (contrabaixo) | Tom Rainey (bateria)

1 de Outubro, segunda-feira - 22h00
Teatro Miguel Franco | Leiria
Dia Mundial da Música
Dan Weiss Trio
Jacob Sacks (piano) | Thomas Morgan (contrabaixo) | Dan Weiss (bateria)

4 de Outubro, quinta-feira - 22h00
Teatro Miguel Franco | Leiria
Mário Laginha Trio
Mário Laginha (piano) | Bernardo Moreira (contrabaixo) | Alexandre Frazão (bateria)

5 de Outubro, sexta-feira - 22h00
Sport Operário Marinhense | Marinha Grande
Bennie Wallace Trio
Bennie Wallace (sax tenor) | Danton Boller (contrabaixo) | Alvin Queen (bateria)

6 de Outubro, sábado - 22h00
Sport Operário Marinhense | Marinha Grande
Carlos Barretto 6teto “In Loko”
João Moreira (trompete) Mário Delgado (guitarra) João Paulo E. Silva (Fender Rhodes) Carlos Barretto (contrabaixo) José Salgueiro (bateria) Sebastian Scheriff (percussão)

7 de Outubro, domingo - 18h00
Sport Operário Marinhense | Marinha Grande
OFJAE - Orquestra do Festival de Jazz da Alta Estremadura
Com os convidados: Ricardo Pinheiro (guitarra) | Bernardo Moreira (contrabaixo) | Alexandre Frazão (bateria) | Pedro Moreira (saxofones) - Entrada Livre

Workshop dirigido pelos músicos Ricardo Pinheiro, Bernardo Moreira e Alexandre Frazão
05 e 06 de Outubro - Teatro Miguel Franco | Leiria
07 de Outubro - Sport Operário Marinhense | Marinha Grande
Horário previsto: 10h00 às 13h00 / 14h30 às 18h30

Feira do Disco de Jazz
A decorrer nos locais dos espectáculos

Horário da bilheteira:
Teatro José Lúcio da Silva - 17h30 | Reservas: 244 823 600 | bilheteira@teatrojlsilva.pt
Teatro Miguel Franco - 20h00 | Reservas: 244 839 500 (Ext. 310)

Informações:
ADCA - Associação de Desenvolvimento e Cooperação Atlântida
Tel./Fax: 244 504 891 | Tm.: 914 240 925 | Email: assoc.atlantida@iol.pt
Câmara Municipal de Leiria
Tel.: 244 839 500 - Ext. 310 | Email: div.cultura@cm-leiria.pt | www.cm-leiria.pt
Câmara Municipal da Marinha Grande
Tel.: 244 573 300 | Email: cultura@cm-mgrande.pt | www.cm-mgrande.pt
O trio do pianista Marc Copland abre o festival
Vários concertos de jazz vão animar os concelhos de Leiria e da Marinha Grande entre sexta-feira e 06 de Outubro, com acções de formação para novos músicos que terão oportunidade de encerrar a 8ª edição do Festival de Jazz da Alta Estremadura.

Sob a direcção artística de Pedro Moreira e a direcção executiva de Luís Hilário, ambos do Hot Club de Portugal, a aposta do festival é na "programação nacional e internacional" mas também "na formação de jovens músicos, contribuindo para o desenvolvimento musical da região e captando deste modo novos públicos", refere a organização.
Em paralelo, decorrerá uma Feira do Disco de Jazz, onde estará à venda material discográfico.
Na sexta-feira, tem início o festival com o trio do pianista Marc Copland, que inclui um dos melhores contrabaixistas da actualidade, Gary Peacock, seguindo-se no sábado um concerto pelo quinteto do contrabaixista Drew Gress.
No dia 01 de Outubro, é a vez do trio do baterista Dan Weiss, que foi companheiro do saxofonista David Binney, seguindo-se no dia 04 a actuação do trio de Mário Laginha, com Bernardo Moreira e Alexandre Frazão, para apresentação do seu novo álbum "Espaço".
Na sexta-feira, dia 05 de Outubro, actua na Marinha Grande o trio de Bennie Wallace, um saxofonista tenor que conta com o apoio de Danton Boller (contrabaixo) e Alvin Queen (bateria) e no sábado é a vez de Carlos Barreto apresentar o projercto "In Loko", com uma série de jovens executantes.
O workshop com novos músicos culminará com um concerto no Sport Operário Marinhense, envolvendo, além dos jovens integrantes da Orquestra do Festival da Alta Estremadura, os músicos Ricardo Pinheiro, Bernardo Moreira e Alexandre Frazão.
IN 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A

sexta-feira, setembro 21, 2007

O QUE É FEITO DE LULA PENA ?



Vi a actuação mágica sua, ocorrida em 2002, no Grande Auditório da Culturgest (Lisboa), aquando do Festival Europa é só conhecia o CD Phados mais a musica do Rodrigo Leão "Passion".
Lula Apresentava então o seu novo álbum Profissão de Fée (trocadilho linguístico com a palavra francesa Fée, que significa fada).
O Cd nunca viu a luz do dia o que é um autentico crime lesa cultura, pois trata-se de uma obra impar no panorama musical Português.
Pelo menos o ano passado ainda não tinha saído.
O disco profissão de fée, que é um corte radical com "Phados", Lula Pena no qual contou com dois músicos de cada canto do globo: o holandês Jan de Haas e o iraquiano de origem Osama Abdulrasol.

Lula Pena deixou o fado e com o auxílio de um khanou (instrumento asiático de 70 cordas), de bongos ou do vibrafone, desfocava horizontes em direcção aos ventos quentes do deserto
Mas a dianteira pertencia à voz.
De repente, do meio da plateia, um homem perde a vergonha e diz muito calmamente, em alto e bom som: «não saímos daqui enquanto não cantar o "Pasión"». Lula Pena sorri e responde: «não tenho ao meu lado o Rodrigo Leão». Mas a cantora, destemida, lança-se a um solo vocal do tema e faz a vontade ao espectador. Foi um momento arrasador.
Depois desta actuação brilhante, presenciada pelo então ministro Bagão Felix Lula Pena desaparece do mapa e o disco não é editado.
Em 2005 participa no FMM de Sines, com concerto marcado para o Centro de Artes da cidade, no dia 24 de Julho.
Em Novembro de 2003 havia tocado ao vivo, em Almada.
Volta em 2006 para um concerto na Galeria Zé dos Bois,assim descrito:

caminho é muito longo e a vida muito curta, Lula Pena aceita a tragédia e quer protagonizá-la... Hoje lusófona, amanhã árabe, depois africana... Este espectáculo persiste na descoberta duma identidade universal, através dos sons da música portuguesa, africana, árabe... A fusão musical de raízes comuns e distintas, próximas e longínquas. Os desafios, os riscos e as metas, o culminar duma crença – a Terra mãe de todas as músicas – isto é Lula Pena
Há já demasiado tempo que não ouvíamos o cantar de Lula Pena. Na pele, guardamos [Phados], disco que operou por via do Fado, a transmutação da canção popular e tradicional, numa coisa única, a que só podemos chamar a música de Lula Pena. Recapitulando: “Já entrou toda a gente? O meu coração está aos pulos”. (silêncio) “O que custa é o início... dizem...” Mais um compasso de espera e finalmente, a voz quente e funda de Lula Pena enche o já lotado Aquário da Zé dos Bois.

O mote é dado com “Lago”, um dos muitos Fados popularizados pela omnipresente Amália. “Desci por não ter mais forças Às águas verdes, sem fim. Mesmo que voltem as forças, não me separo de mim”. Canta, levemente rouca, vibrando. Termina e lança-se, sem parar, a “Dedo De Deus Tocou Em Mim” do pernambucano Otto. Pena, canta agora com sotaque do Brasil. De olhos sempre fechados, guitarra funcional e competente, não permite interrupções e segue com “Lágrima”, outro dos hinos da diva do Fado. A meio da música arranca em ritmo sincopado e sussurra estrofes em inglês. Vinte minutos volvidos e Lula Pena está, ainda, tensa. Mas com “Júlia Florista”, Fado tradicional cantado com sotaque brasileiro, recebe a primeira ovação. As palmas sentidas, há muito guardadas, preparam o primeiro grande momento da noite. Do primeiro disco, recupera “Senhora do Almortão”, um tradicional minhoto. A voz solta-se, finalmente. Assobia, depois arqueja ritmicamente, próxima de uma linguagem primitiva, criando uma dinâmica plena de emotividade.

Sentimos o calor e o exotismo de outros Continentes. Pensamos na origem do Fado e acreditamos na sua mestiçagem. Percutindo a guitarra, prolonga os finais das canções e envolve-nos. Gostamos dela assim. “Rosa Enjeitada” emociona-nos. A meio, interrompe com “Do You Really Want To Hurt Me” dos Culture Club, regressando depois ao Fado. As mudanças de idioma e de sotaque cortam o elo emocional. Não nos esquecemos nunca que Lula Pena canta as canções de outros. Sem parar, mais um Fado, “Fria Claridade”. Uma guitarra marialva, próxima dos “nossos” Dead Combo dá o mote. Depois, percute a guitarra, qual bombo de uma parada de bombeiros e, de olhos fechados, abanando a cabeça, chora: "Acordei, a claridade fez-se maior e mais fria. Grande, grande era a cidade, e ninguém me conhecia". Momento da noite.

“Estou a morrer de calor... vou tentar acabar antes que derretamos todos”. Entre harmónios e acordes, atira “Eu Quero A Rosa Rosa”. Do português de Portugal, passa para o do Brasil e depois para o inglês. Regressa a Vinicius com um excerto de “Chega de Saudade”. Arquejando antecipa lentamente o final. Acende um cigarro.

A MUSICA DE LULA PENA

Lula Pena ouve sons e quer expressá-los através do seu corpo, tendo como instrumento uma voz; como som do rio a tremer, da terra a respirar, do céu a crescer. Uma voz, um apelo da memória de alguém que ouve com os sentidos todos e quer revelar, naturalmente, as conversas secretas com o seu próprio coração; esse músculo vermelho e esponjoso, que sobrevive de irrigações constantes e vive de ritmos ora mais lentos ora mais rápidos.

Ela sente a idade da terra e o peso de tão grande dimensão, quer cantar as suas memórias mais antigas, quer cantar as raízes do mundo com a fatalidade de quem sabe que a vida é curta para tão longa viagem. Dar a voz ao canto da fatalidade. Da lonjura. Do destino. Da tragédia.

Phados – o nome escolhido para o seu primeiro disco, editado em 1998 na Bélgica. Poucos ficaram indiferentes. Alguns surpreendidos. Muitos encantados de espanto. Todos os que passaram por este primeiro contacto ficaram, mais ou menos ansiosos, há espera dum futuro anunciado, porém incerto, por esta voz funda e afundada nas profundezas dos mistérios do corpo, ciente do pudor da Alma.

Musicalmente, pretende mexer na raiz do fado inventado por Amália, na raiz da música inventada por Caetano Veloso e Chico Buarque, na raiz da morna de Cesária Évora, nas raízes Populares de autores anónimo.

O ADEUS A MAX E SUA BATERIA FALANTE


Faleceu Max Roach: o adeus do reinventor do jazz
Baterista faleceu aos 83 anos


Foi em Agosto de 1995 há uns anos atrás nos Jardins da Gulbenkian que tive o previlegio de assistir a uma actuação do baterista Max Roach.
Nesse ano de 95 a isita foi produtiva para o publico e para Max Roach com quatro concertos que ele deu: com o seu quarteto, com o duplo quarteto (incluindo cordas), a solo, e por fim com o Colectivo Português de Percussão.
Como não pode vir com a sua Banda fez-se uma workshop com dez bateristas portugueses - foi uma "noite mágica" do Jazz em Agosto.

Um livro editado em 96 sobre o Jazz em Agosto conta que "Max Roach assistiu ao espectáculo e tocaria na parte final devido a exigência dos músicos e do público".

"Articulou os músicos portugueses para fazerem um discurso coerente com a bateria",
dizem os relatos da época.

Não foi, no entanto, essa a primeira vez que Max Roach esteve em Portugal. A estreia tinha acontecido 16 anos antes, em 1979, numa Festa do Avante!.
Depois voltou, em 1988, a convite de Rui Neves, para o primeiro festival Jazz na Cidade, mais tarde para um espectáculo com o bailarino Bill T. Jones.
A última vez - "já estava debilitado, andava com dificuldade", conta Rui Neves - tocou no CCB com Abdullah Ibrahim, em 1999.

Virtuoso da percussão fazia a bateria falar sendo um dos pioneiros do jazz moderno. morreu em 1 de Agosto de 2007 em Nova York aos 83 anos, após doença prolongada.

Nascido na Carolina do Norte em 1924 e criado no bairro nova-iorquino de Brooklyn, fica na história como um dos reinventores do jazz, a que dedicou toda a sua vida e com o qual quebrou numerosas barreiras musicais graças ao seu estilo peculiar de tocar bateria.

As suas improvisações e as inovações rítmicas que introduzia nas suas composições e que ajudaram a definir o som sofisticado do «bepop jazz» granjearam-lhe um lugar importante na história da música.

Génio autodidacta, destacou-se desde a adolescência, nos anos 40, como uno dos aventureiros que fizeram evoluir o jazz e desafiaram os ouvidos mais conservadores.

A sua atitude aventureira marcaria toda uma carreira, em que ultrapassou as fronteiras do jazz, ao colaborar com coros de gospel, grupos de hip-hop, artistas visuais e todo o tipo de iniciativas musicais.

Actuou pela primeira vez aos 16 anos, em 1940, quando conseguiu encher durante três noites um clube de jazz nova-iorquino como substituto de um baterista.

Essa actuação viria a abriu-lhe as portas do mítico Milton's Playhouse, no bairro de Harlem, onde conheceria o saxofonista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie.

Em 1944, Roach protagonizou uma das primeiras sessões de gravação de «bepop jazz» ao lado de Gillespie e do também lendário saxofonista Coleman Hawkins.

Com a sua rápida batida na bateria, Roach também colaborou com Miles Davis e a Capitol Orchestra em várias sessões de gravação.

Nos anos 60, 70 e 80, graças à sua imaginação, conseguiu manter-se no topo com inúmeras colaborações musicais e a formação de várias bandas que ele próprio dirigia.

Na década de 70, Roach fez história ao tornar-se o primeiro músico de jazz a dar lições de música como professor titular na Universidade de Massachusetts.

Deixou a actividade docente no final dos anos 90, mas continuou activo e fez digressões com o seu quarteto até 2000.

A sua última colaboração como compositor foi en 2002, quando escreveu e interpretou a música do documentário «How to fraw a bunny», sobre o artista Ray Johnson

Até sempre.. Max..

TAMBEM VEM DO SUL -JAZZ EM OEIRAS


Oeiras ao ritmo do Jazz


O Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, recebe sexta-feira, sábado e nos dias 28 e 29, a quarta edição do Ciclo Internacional de Jazz, com actuações de André Rodrigues, Mário Laginha, Steve Wilson e Drew Gress.


Para este ano, a Câmara de Oeiras, organizadora do evento, promete uma partilha de “noites inesquecíveis”, com improvisos incluídos.

O ciclo será inaugurado pelo recém-formado Quarteto André Rodrigues, guitarrista lisboeta que estudou nos Estados Unidos com alguns dos maiores nomes do jazz, como Hal Crook e John Abercrombie, e integrou já prestigiadas bandas europeias, entre elas a do pianista finlandês Jarmo Savolainen.

Ao jovem músico juntar-se-ão em palco Mário Laginha (piano), Nélson Cascais (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) depois de terem gravado juntos, há cerca de um mês, um álbum que deverá ser editado em Outubro com o título "Vizz".

A segunda noite está reservada ao Steve Wilson Quartet, formado pelo saxofonista norte-americano e por Danny Grisset, Ed Howard e Adam Cruz, enquanto que o dia 28 marca a actuação do invulgar quarteto Human Feel, igualmente oriundo da pátria do jazz e que, ao contrário da maioria das formações, não apresenta contrabaixista.

A conquista do público caberá, por isso, ao baterista Jim Black, ao guitarrista Kurt Rosenwinkel e aos saxofones e clarinetes de Andrew D'Angelo e Chris Speed.

O quinteto norte-americano Drew Gress, autor do sofisticado álbum "7 Black Butterflies", encerra o Ciclo Internacional, com o contrabaixista e Ralph Alessi, Tim Berne, Craig Taborn e Tom Rainey.

Segundo a organização, todos os concertos têm início às 22:00.

DOURO JAZZ



Douro capital do jazz

Os norte-americanos Billy Cobham e Donald Harrison e o brasileiro Diego Figueiredo são os nomes que se destacam na quarta edição do Douro Jazz, festival que começa hoje, em Vila Real. Até 20 de Outubro o Douro Jazz propõe 37 concertos.
O lendário baterista Billy Cobham, que faz já parte da história da música e que tocou com artistas como Miles Davis, John McLaughlin, George Benson e Herbie Hancoc, fechará o festival, a 20 de Outubro, com um concerto único no nosso país.
Donald Harrison, saxofonista vencedor de dois Grammies, é considerado como um dos maiores improvisadores do jazz actual. Nos concertos que integram o Douro Jazz, o saxofonista norte-americano vai partilhar o palco com um quarteto de conhecidos músicos portugueses, com os quais gravará um CD.
O jovem guitarrista brasileiro Diego Figueiredo vai percorrer os palcos do Douro Jazz em trio, depois de, já este Verão, ter sido segundo classificado no Guitar Competition, no Festival de Montreux, na Suíça.
O Douro Jazz resulta de uma parceria entre o Teatro de Vila Real, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e a Associação Chaves Viva, a que se juntaram este ano o Teatro Municipal de Bragança e a Câmara de São João da Pesqueira.
Fonte do teatro de Vila Real disse que o festival se alia ao espírito festivo das vindimas e procura “marcar o calendário da região com a ajuda de artistas de grande qualidade”. Até 20 de Outubro o Douro Jazz propõe 37 concertos, envolvendo mais de 80 músicos oriundos de oito países, com espectáculos também em Chaves, Bragança, Régua e S. João de Pesqueira. É a banda espanhola El Lusitania Jazz Machine que dá o arranque deste festival com uma actuação no pequeno auditório do Teatro de Vila Real. Este projecto é dirigido por Javier Arroyo e reúne músicas de Extremadura, Castilla y León e Portugal.O festival conta ainda com a presença dos Desbundixie, Clear and Better Swingers, Gustavo Rivero e Bossa in Jazz Edu Miranda.
Na Régua e em Chaves, os concertos serão totalmente gratuitos, enquanto que nas restantes localidades os preços dos bilhetes oscilam entre os 2,5 e os 15 euros.
Vila Real disponibiliza um bilhete geral que dará entrada em todos os espectáculos por 25 euros e Bragança oferece um pacote global por 15 euros.
In o Primeiro de Janeiro on line ed. 21-09-2007

Em 2006
Quatro mil pessoas
A programação integra ainda o lançamento do vinho “Douro Jazz” 2006 e a acção promocional “Portonic”, organizada no Teatro de Vila Real pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto. A 1 de Outubro, Dia Mundial da Música, realiza-se um workshop de guitarra/jazz, orientado por Artur Caldeira enquanto a 20 de Outubro é lançado o livro “Terra Sem Coroa”, de Manuel de Freitas. A edição do ano passado contou com cerca de quatro mil pessoas.

sexta-feira, julho 20, 2007

PRÉMIO SPA PARA JAZZ EM PORTUGUES


Iniciativa da Sociedade Portuguesa de Autores
Lançados dois concursos de apoio à música portuguesa
19.07.2007 - 17h45 Lusa


A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) lançou dois concursos de incentivo à música portuguesa cujo objectivo central é dar uma oportunidade à música de qualidade habitualmente considerada "não comercial", disse hoje o administrador-adjunto Pedro Osório.

Um dos concursos, que conta com a colaboração da Rádio e Televisão de Portugal, vai apoiar a edição de três discos de três ambientes musicais diferentes. O outro visa premiar a composição de um fado e de uma canção, inéditos, e valorizar assim o papel do escritor de canções.

"A ideia do primeiro concurso é ser uma contra-corrente ao que está a acontecer ao mercado da música, que atravessa uma recessão muito violenta e que torna cada vez mais edifícil editar um disco", salientou o maestro Pedro Osório.

"O concurso foi iniciado no ano passado mas, com a experiência e por acordo com a Rádio pública, foram-lhe introduzidas alterações e passou ser mais diversificado e a abranger três ambientes musicais".

Assim, e correspondendo aos gostos das três antenas da RDP, haverá os prémios SPA/Antena 1, mais para música "pop" e "pop rock", SPA/Antena 3, para géneros que vão do hip-hop ao rock alternativo, e SPA/Antena 2, para música erudita e jazz, cada um deles no valor de 10.000 euros.

Podem concorrer todos os projectos que incluam exclusivamente obras de autores associados da SPA, devendo as obras premiadas enquadrar-se na programação da estação a cujo prémio concorrem.

Quanto ao segundo concurso, "a ideia foi valorizar o papel do autor na produção musical", segundo o administrador ajunto da SPA para a área da música.

Como hoje em dia, na produção musical, os produtores têm cada vez mais importância do que os criadores, este concurso visa directamente a música escrita, na forma de partitura para "voz e piano" ou "voz e cifra", sem exigir ao autor trabalho de pré-produção.

Tanto o fado como a canção vencedora receberão três mil euros de prémio.

terça-feira, junho 12, 2007

JAZZ LIVROS E MUNIÇÕES


Livraria Eterno Retorno (Oficina de Braço de Prata)
inauguração da nova livraria eterno retorno, em associação com a livraria ler devagar na antiga fábrica de braço de prata (junto ao poço do bispo)
a festa conta com uma jam session até de madrugada, representações teatrais, um ciclo de curtas metragens e várias exposições de artes plásticas

no jardim haverá uma esplanada com arraial, onde se podem comer sardinhas assadas.»

abertura de portas: 20h


a página; o programa;

o espaço é fabuloso; a esplanada, enorme. com estacionamento próprio.

Com:
FILIPE DE MELO JAZZ
June 16th, 2007 | 21.00
Lisboa
DUO
Bruno Santos (gtr)

quarta-feira, maio 30, 2007

Assembleia da República promove, no dia 31 de Maio, um concerto de jazz pela Big Band do Hot Clube de Portugal, que terá lugar na Sala do Senado do Palácio de S. Bento pelas 19h30, numa estreia absoluta deste género musical no Parlamento.

O Hot Clube de Portugal (HCP) é o mais antigo e prestigiado clube de jazz do nosso país, tendo sido fundado em 1948 por Luís Villas-Boas. Desde então, esta instituição tem procurado, com sucesso, divulgar a música jazz produzida em Portugal e no estrangeiro e, através da sua Escola, tem formado muitos dos novos talentos do jazz nacional, motivos que levaram ao seu reconhecimento, em 1995, como Instituição de Utilidade Pública.

De entre os vários agrupamentos musicais do Hot Clube, tem merecido especial destaque a Big Band, única grande formação portuguesa – c. 18 músicos – exclusivamente dedicada ao jazz. A Big Band do HCP surgiu em 1991 e é actualmente dirigida pelo Maestro Pedro Moreira.

O repertório desta actuação inclui peças de Thad Jones, Herbie Hancock, Duke Ellington e Miles Davis, entre outros.

O concerto é aberto ao público em geral, com entrada gratuita, condicionada à capacidade da sala.


Informações:

Tel.: 21 391 71 19 / 21 391 71 55
Fax: 21 391 70 06
E-mail: cic.rp@ar.parlamento.pt

quarta-feira, janeiro 10, 2007

KARAOKE JAZZ



Bem-vindos ao mundo Karaoke Jazz
Para os que não são musicos mas amantes da musica, como o autor deste blogue só existe uma maneira de cantar ao lado dos nossos idolos, através do Jazz Karaoke.
Foi com alguma tristeza que constatamos que nem este fenomeno a nossa industria musical aproveitou.
Os DVD´s e CD´s que existem no mercado no que respeita à musica Portuguesa são pobres e escassos além de que se encontram poucas versões originais.
Acho que é uma oportunidade perdida para divulgação da musica Portuguesa em todos os seus estilos. As pessoas querem é divertir-se com o Karaoke, mas os artistas portugueses e as editoras parecem ter esquecido esta quota de mercado.Porque não um jogo de Playsation 2 ou x-box só com musica portuguesa e com os melhores do Jazz também em Português ?
É claro que para o consumidor de Karaoke isto é completamente ultrapassável porque existem ferramentas pro-burn para transformar as nossas musicas preferidas em versao Karaoke e com as letras a passar no ecran do PC ou da TV.
Enfim...é mais um sintoma do atraso da nossa industria musical ou será das editoras, porque lá vão saindo os DVD KARAOKE de musica Portuguesa só que não são as versões originais...mais palavras para quê ? The Show must go on...
Voltando agora ao tema e em relação ao Jazz, as escolhas são bastante razoaveis não sendo nada dificil cantar os nossos temas preferidos da Diana Krall ou classicos de Jazz.
Alias a componente instrumental no jazz é tão forte que qualquer musica fica bem na versão instrumental e vice-versa.
Aqui ficam alguns sites onde se pode encontrar dicas para karaoke jazz em Portugal e na Net
www.encoremusic.com/karaoke
laurentepstein.club.fr/
www.karaokemania.pt/
www.mundokaraoke.pt/
http://www.jazzbacks.com