sexta-feira, setembro 21, 2007

O ADEUS A MAX E SUA BATERIA FALANTE


Faleceu Max Roach: o adeus do reinventor do jazz
Baterista faleceu aos 83 anos


Foi em Agosto de 1995 há uns anos atrás nos Jardins da Gulbenkian que tive o previlegio de assistir a uma actuação do baterista Max Roach.
Nesse ano de 95 a isita foi produtiva para o publico e para Max Roach com quatro concertos que ele deu: com o seu quarteto, com o duplo quarteto (incluindo cordas), a solo, e por fim com o Colectivo Português de Percussão.
Como não pode vir com a sua Banda fez-se uma workshop com dez bateristas portugueses - foi uma "noite mágica" do Jazz em Agosto.

Um livro editado em 96 sobre o Jazz em Agosto conta que "Max Roach assistiu ao espectáculo e tocaria na parte final devido a exigência dos músicos e do público".

"Articulou os músicos portugueses para fazerem um discurso coerente com a bateria",
dizem os relatos da época.

Não foi, no entanto, essa a primeira vez que Max Roach esteve em Portugal. A estreia tinha acontecido 16 anos antes, em 1979, numa Festa do Avante!.
Depois voltou, em 1988, a convite de Rui Neves, para o primeiro festival Jazz na Cidade, mais tarde para um espectáculo com o bailarino Bill T. Jones.
A última vez - "já estava debilitado, andava com dificuldade", conta Rui Neves - tocou no CCB com Abdullah Ibrahim, em 1999.

Virtuoso da percussão fazia a bateria falar sendo um dos pioneiros do jazz moderno. morreu em 1 de Agosto de 2007 em Nova York aos 83 anos, após doença prolongada.

Nascido na Carolina do Norte em 1924 e criado no bairro nova-iorquino de Brooklyn, fica na história como um dos reinventores do jazz, a que dedicou toda a sua vida e com o qual quebrou numerosas barreiras musicais graças ao seu estilo peculiar de tocar bateria.

As suas improvisações e as inovações rítmicas que introduzia nas suas composições e que ajudaram a definir o som sofisticado do «bepop jazz» granjearam-lhe um lugar importante na história da música.

Génio autodidacta, destacou-se desde a adolescência, nos anos 40, como uno dos aventureiros que fizeram evoluir o jazz e desafiaram os ouvidos mais conservadores.

A sua atitude aventureira marcaria toda uma carreira, em que ultrapassou as fronteiras do jazz, ao colaborar com coros de gospel, grupos de hip-hop, artistas visuais e todo o tipo de iniciativas musicais.

Actuou pela primeira vez aos 16 anos, em 1940, quando conseguiu encher durante três noites um clube de jazz nova-iorquino como substituto de um baterista.

Essa actuação viria a abriu-lhe as portas do mítico Milton's Playhouse, no bairro de Harlem, onde conheceria o saxofonista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie.

Em 1944, Roach protagonizou uma das primeiras sessões de gravação de «bepop jazz» ao lado de Gillespie e do também lendário saxofonista Coleman Hawkins.

Com a sua rápida batida na bateria, Roach também colaborou com Miles Davis e a Capitol Orchestra em várias sessões de gravação.

Nos anos 60, 70 e 80, graças à sua imaginação, conseguiu manter-se no topo com inúmeras colaborações musicais e a formação de várias bandas que ele próprio dirigia.

Na década de 70, Roach fez história ao tornar-se o primeiro músico de jazz a dar lições de música como professor titular na Universidade de Massachusetts.

Deixou a actividade docente no final dos anos 90, mas continuou activo e fez digressões com o seu quarteto até 2000.

A sua última colaboração como compositor foi en 2002, quando escreveu e interpretou a música do documentário «How to fraw a bunny», sobre o artista Ray Johnson

Até sempre.. Max..

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