quinta-feira, dezembro 10, 2009

GENIAL-Sobre downloads de musica na internet-mais vale tirar um curso !!


Comprar música na Internet? Só tirando um curso primeiro

O aparecimento duma nova realidade tecnológica (partilha de ficheiros online) confundiu por completo a cabeça dos "senhores pensantes". Das editoras à Justiça. Neste artigo, originalmente publicado no TEK Sapo, que reproduzimos com a devida vénia, Por Gustavo Homem discorre com graça sobre o assunto.

Compra legal de música na Internet: afinal onde está o negócio?
Por Gustavo Homem(*)

Recentemente tem-se ouvido bastante música de fundo, alguma voz off e uns quantos zumbidos acerca do gigantesco problema da partilha ilegal de ficheiros na Internet. Dado que o tema está na moda, não poderia deixar de me associar ao não menos gigantesco movimento (música de fundo, voz off e zumbidos) dos que opinam sobre o assunto. E porque ser contra-natura por vezes factura, vejo-me desta feita forçado a dar razão a Manuel Cerqueira, da ASSOFT, quando pergunta "afinal onde está o negócio?".

Esta pergunta é central. Aliás, é a única pergunta que interessa. Manuel Cerqueira mostrou que está atento e compreende o problema.

Vejamos: fui à Music Box da TMN e adquiri uma música... que não tocou. Fui à Nokia Music Store e não consegui entrar. Fui à loja de música da Vodafone que me disse que o meu sistema era incompatível por falta de um activo X. Fui à Amazon, mas o serviço não estava disponível em Portugal. Ainda pensei no iTunes, mas só gosto daqueles players de 20 euros da Worten que é só ligar ao PC (a qualquer um, com qualquer SO) e já está... Não percebo o que se passa com esta gente da música e dos filmes que tudo parece complicar. Não deveria ser só pagar e fazer download como quem compra uma viagem de avião?! Afinal onde está o negócio?!

Como se viu, não há negócio. Por muito que tentasse não consegui gastar os 20 euros que a minha avó Cremilde me deu “para ir ao cinema”. Pior do que isso: nunca nos meus dois anos e quatro meses de Internet o eMule, o BitTorrent ou mesmo os meus vizinhos a quem peço músicas me trataram com semelhante hostilidade.

Reconheço as minhas limitações no que toca à utilização de aplicações informáticas online, mas apesar de tudo tenho-me safado razoavelmente com tudo o que é moderno e está na moda: do Gmail ao Facebook, o Delicious e o Linkedin, Wordpress qb, Wikipedia e até (lamentavelmente) o Bugzilla. Comprar música é que parece ser mais complicado... quiçá se me inscrever no Curso de Computadores ali da Junta a coisa melhore.

Tudo isto me leva a pensar que não é a pirataria que leva a perdas de negócio, é o não haver negócio que impede que se faça negócio. De facto, enquanto Amália cantava “que estranha forma de vida”, Miguel Esteves Cardoso, que não sabia cantar, explicava ao país o sentido do verbo haver-haver, a que recorro no seguinte exemplo:
– Ó companheiro, arranja-se aí uma loja de música online para gastar uns trocos?
– Epá, acho que não.
– Não?! Tás-me a querer dizer que não há?!
– Pois. Não há... Bem, haver-há, só que...

Mais recentemente, perguntou-me a minha prima mais nova, utilizadora do Magalhães:
– Ó primo, eu posso aceder a um vasto catálogo de música, filmes e desenhos animados, com a informação pesquisável, organizada por tags e classificada em comunidade, e descarregá-lo da Internet sem grandes demoras e com boa qualidade?
– É claro que sim, sem problemas.
– Achas que posso investir aí alguns euros da minha mesada?
– Ah.... cof... cof... Bom, pagando certamente será mais difícil!

Veja-se o conflito emocional a que fica exposto qualquer primo honesto. Sugerir que vá comprar uma pilha de CDs e DVDs à FNAC e ser escorraçado pela mãe que é Engenheira do Ambiente? Ou sugerir que “vá à net” com o Internet Explorer (que ela já me adiantou que “não aprecia”), compre umas músicas, que lhe duram uma semana e não tocam no player da amiga, e ficar desacreditado para o resto da vida? Talvez a mãe seja chata e a filha mimada, mas é a família que tenho e felizmente gosto dela.

É por estas e por outras que, apesar de defender que se devem respeitar os direitos de autor em todos os tipos de obra (música, filmes, livros, software, …), não estou a ver como tal possa acontecer enquanto a indústria teimar em não disponibilizar um serviço como toda a gente quer: rápido, compatível, universal e barato.

É caso para se dizer: os utilizadores estão na versão 2.0 mas a indústria ainda vai na 0.2.

Se alguém vier a saber de um serviço de compra de música sem activos X, DRM, plásticos ou outros materiais poluentes e que funcione em Portugal, tenha a bondade de me contactar para que lá possa fazer umas compras que tenho adiado sucessivamente. E quando esse serviço existir, acabe-se voluntariamente com a parvoíce da pirataria e utilizem-se os serviços de partilha de ficheiros, mas em plena conformidade com a vontade dos autores e as licenças associadas a cada obra.
Oxalá a espera seja breve!

P.S. Desculpar-me-ão os leitores o excesso de informalidade neste artigo. O problema prende-se com estar de férias, sem acesso a gravatas, mas ao som de boa música.

(*) Director Técnico da Ângulo Sólido
OUTRA NOTICIA:


indústria de música nos EUA decidiu mudar o comportamento com as pessoas que fazem downloads ilegais.

Até aqui as empresas discográficas gastavam milhões de dólares em processos não só contra quem fazia o download, mas também, contra sites e organizações. Desde 2003 até este ano foram processadas mais de 35 mil pessoas. No entanto, a maior parte dos processos acabou por ser ganha pelos utilizadores.

Agora a RIAA (Record Industry Associaton of America), associação que representa a indústria musical nos EUA, estabeleceu um acordo com os maiores fornecedores de acesso à Internet norte-americanos. Sempre que a RIAA detectar que algum utilizador esteja a fazer um download ilegal avisa o fornecedor de web que se encarrega de resolver a situação. O fornecedor começa por pedir ao internauta que pare de partilhar ficheiros ilegais, mas ao terceiro aviso pode diminuir a ligação à net ou até mesmo desligá-la.

A ajudar esta decisão da RIAA estão as últimas notícias que afirmavam que a maior parte dos acusados eram adolescentes, idosos e até algumas pessoas que já tinham morrido. Apesar de desistir de novos processos, a RIAA mantém todos os que abriu até agora. A Electronic Frontier Foundation, associação de defesa dos internautas, saudou a decisão da RIAA.

Noticia expresso on line

segunda-feira, novembro 02, 2009

O ultimo adeus ao autor do som da frente


António Sérgiodeixou órfãa nossa rádio
Radialista faleceu anteontem, vítima de problema cardíaco. Funeral realiza-se hoje, às 15 horas, em Lisboa
00h30m
ANA VITÓRIA
O radialista António Sérgio, um dos maiores divulgadores de música em Portugal, morreu anteontem, aos 59 anos, vítima de ataque cardíaco. A voz dos míticos "Som da frente", "Lança chamas" ou "A hora do lobo" foi referência dos últimos 40 anos.

"Ao longo dos anos, o que percebi é que boa parte das pessoas de determinada idade atribui-me uma boa parte da sua formação musical, do abrir a orelhinha", dizia António Sérgio numa entrevista dada em 2007.

E, de facto, como reconheceu ontem Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, ele "deixa uma grande escola na maneira de fazer rádio, quer pela sua voz característica, quer pela forma como sempre se entregou à divulgação da música mais underground". O guitarrista daquela que é a mais antiga banda portuguesa no activo (recentemente assinalou 30 anos de carreira) lembrou que o lançamento do seu grupo foi apadrinhado pelo conceituado radialista.

"Durante esses tempos iniciais ele era a pessoa a que recorríamos com frequência. A amizade foi-se cimentando ao longo dos anos. A nossa relação era de grande cumplicidade", lembrou o músico.

António Sérgio é unanimamente reconhecido como "o maior divulgador da música da frente" dos anos 70 e 80 em Portugal, através de programas que marcaram gerações e abriram o país à música mais vanguardista então produzida. À carreira de radialista juntou também um percurso de produtor e editor discográfico. Presentemente, mantinha um programa activo ,"Viriato 25", na estação de rádio "Radar", tendo inclusivamente estado em estúdio a gravar o programa desta semana. Luís Montez, proprietário da Radar, garantiu já que "Viriato 25" será posto no ar, tal como o previsto. Referindo-se ao radialista falecido, Montez qualificou-o como "um mestre da rádio e uma referência", lembrando inclusivamente que ele se tornou também conhecido como o "John Peel português", nome de um famoso radialista e divulgador musical inglês.

António Sérgio estreou-se aos microfones da Rádio Renascença, em 1968, como locutor de continuidade. Entre 1977 e 1980 foi apresentador do programa "Rotação". Seguiram-se depois "Rolls Rock", "Som da Frente" (de 1982 a 1993), "Lança Chamas", e "O grande Delta", de 1993 a 1997. Em 2007, depois de dez anos na Rádio Comercial, onde dava voz à "Hora do lobo", António Sérgio viu este seu programa ser cancelado, o que chegou a originar uma onda de protestos por parte dos ouvintes. Em Dezembro de 2007, mudou-se para a Radar FM onde apresentava "Viriato 25".

Ao fim destes anos de carreira, confessava o radialista que "já não é o bichinho da rádio que morde, já sou eu que sou o bicho da rádio!". Talvez fruto dessa paixão desmedida deixou agora órfã uma legião de seguidores. Os mesmo que, tal como Pedro Mexia, director da Cinemateca Portuguesa , gostavam "da paixão sereníssima daquela voz, e daquela selecção irrepreensível".

O funeral de António Sérgio realiza-se hoje, para o Cemitério dos Prazeres, depois da missa de corpo presente, às 15 horas, na Basílica da Estrela, em Lisboa.

domingo, maio 10, 2009

Eurodeputados recusam penalizar downloads piratas

Eurodeputados recusam penalizar downloads piratas
07-Mai-2009
O Parlamento Europeu abriu um novo braço-de-ferro com os governos da União Europeia ao pôr em causa um vasto pacote legislativo de reforma do sector das telecomunicações por recusar penalizar os downloads piratas com o corte do acesso à Internet do utilizador. Por uma forte maioria (407 votos a favor, 57 contra e 101 abstenções), o PE aprovou uma alteração ao texto legislativo segundo a qual o corte da Internet só poderá ser efectuado depois de uma decisão judicial.

"Na falta de decisão judicial prévia, não pode ser imposta qualquer restrição aos direitos e liberdades fundamentais dos utilizadores finais (...) em matéria de liberdade de expressão e de informação, salvo quando esteja em causa a segurança pública, caso em que a decisão judicial pode ser ulterior", afirma a alteração.

Com esta decisão, os deputados, que encerram hoje a legislatura de cinco anos antes das eleições europeias, rebentaram de forma imprevista um compromisso que tinha sido negociado previamente com o Conselho de Ministros dos Vinte e Sete.

Se os governos, que terão de se pronunciar no máximo em quatro meses, não aceitarem esta alteração, o pacote entra numa fase de "conciliação" entre as duas instituições, que têm dois meses para tentar um compromisso.

Os ministros das telecomunicações terão uma primeira oportunidade de se pronunciar na sua reunião de 12 de Junho, mas as probabilidades de aceitarem a alteração do PE são muito remotas: em "primeira leitura", os governos já tinham rejeitado a mesma proposta que ontem, em "segunda leitura", voltou à carga.

Com a decisão ficam suspensos os outros aspectos do pacote legislativo que já tinham sido objecto de um acordo entre as duas instituições e que pretende reforçar a concorrência e melhorar os direitos dos consumidores.

Igualmente ontem uma maioria de deputados conservadores (PPE) travou a aprovação de uma posição do PE sobre o aumento da licença da maternidade na UE para 20 semanas (contra 14), reenviando o texto à respectiva comissão parlamentar. O que significa que o PE só voltará a pronunciar-se na próxima legislatura.

O texto submetido à votação foi elaborado pela eurodeputada socialista Edite Estrela, que denunciou a decisão "retrógrada" da maioria de direita do PE.

quinta-feira, janeiro 22, 2009