quarta-feira, março 29, 2006

REGISTOS DE UM JAZZ-MAN PORTUGUES


Dá-se aqui noticia da existencia de mais um blogue dedicado ao Jazz.
Trata-se de registosautonomos da autoria do musico e artista plástico Português, Rui Azul.
A actitude do artista Portuense está bem patente na apresentação do blogue onde se pode ler o seguinte:
Blog activo; interactivo; expressivo; das artes, das letras, das ideias, das imagens, dos sons, do prazer, da revolta, do riso, do inconformismo, da ironia, do desespero, da emoção, de alguns, de muitos, de nós, de quem quizer, de quem sinta... diferente, impaciente, como tantos, que não alinham, que estão à margem, PORQUE PENSAM, SENTEM, DESESPERAM, FRUEM, mas... NÃO DESISTEM !!!
São palavras de grande incentivo e coragem num país como Portugal onde todos os dias fecham livrarias e lojas de discos e onde a cultura é geralmente menosprezada em detrimento da massificação do consumo de produtos banais e fúteis que apenas ajudam a passar o tempo.
É também uma lição de vida para todos os artistas Portugueses, sejam musicos, pintores, desenhadores ou escultores que baixaram os braços e puseram de parte a paixão pela sua arte.
Ninguém os pode censurar pois já dizia o filosofo "primo manjare, dopo filosofare..."
Com efeito, é surpreendente (ou talvez não) a quantidade de obras de artistas Portugueses que estão esquecidas por inercia (ou falencia) de editoras de musica, livros e filmes.
São memorias auditivas e visuais perdidas nas estrias do vinil riscado, nas masters destruídas, nas fitas bolorentas, e em folhas de papel desfeitas pelo decurso do tempo.
O progresso tecnologico encarregou-se de inventar suportes digitais que permitem voltar a vender novamento o velho produto, e preservar assim as memorias culturais.
No entanto, Portugal parece resistir a tudo isso porque para mexer nessas memorias há que ultrapassar a "teia burocrática".
Por isso, muitos artistas nunca viram as suas obras divulgadas convenientemente.
Enfim, enquanto ouver musicos Portugueses com a atitude de Rui Azul algumas coisas vão passando a apertada malha das playlists da rádio e da edição.
Bem hajas Rui Azul.

quinta-feira, março 16, 2006

JAZZ Á BOLINA NUM MAR AZUL


Rui Azul é um dos pioneiros do jazz em Portugal.
Nos anos 80 integrou os Transatlantico com antonio Garcês (editaram o1 single "onde está o capital")
tem um percurso impressionante.
Participou nos discos “Vydia” e “Mimi tão pequena e tão suja” de Vítor Rua, “Aventuras no Sol e na Lua” de Horácio, “Mais um membro para a Europa” dos Trabalhadores do Comércio, “Monoxide” dos Blue Orange Juice. Compôs genéricos para o Cinanima, para programas de TV e para diversas Rádios nacionais. Compôs a música e/ou participou musicalmente em peças de Teatro: Schmurz (Boris Vian), Mais Mar Houvesse (J.P. Seara Cardoso), Peça com Repetições (Assédio) entre outras. Eleito em 1991 “Melhor Saxofonista Português” pelos leitores da revista Música, Instrumentos & Tecnologia - MI&T. Organizou o 1º Festival de Jazz do Porto (84), e ciclos de concertos e jam-sessions na Coop. Árvore, Luis Armastrondo e Pinguim Café. Escreveu para a revista MI&T artigos teorico-práticos sobre instrumentos de sopro e de cobertura de concertos (88/94). Realizou durante alguns anos o programa “Jazzologia”, nas Rádios Delírio (Porto), Satélite Gaia) e Atlântico (Matosinhos). É Designer Gráfico pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, cursou os Institutos Britânico e Francês (4 anos cada - Porto), Engenharia Mecânica e Arquitectura (2 anos cada - Universidades do Porto e de Lisboa) Actividade paralela em outras formas de arte: Como Autor de Banda Desenhada, tem 2 álbums editados, além de várias estórias e cartoons publicadas em revistas e fanzines Portugueses e Holandeses. Como Artista Plástico registam-se exposições individuais em Portugal e Holanda. Apresentou diaporama e videoarte, inseridos em espectáculos multimedia de sua autoria, assim como obras plásticas nas IX, XI e XII Bienais de Cerveira e nos Encontros de Nova Música, pelo ACARTE, no Centro de Arte Moderna da Fundação C. Gulbenkian (90). Como Ilustrador, Ilustrou livros didáticos, infanto-juvenis e Ilustração por computador, (e Infografismo) em publicações e sites diversos, e sendo o autor de capas de CD's (seus e de outros grupos e músicos). Exerce a actividade de Designer Gráfico e Criativo tendo trabalhado em várias agências de publicidade e design, estando actualmente em regime de freelancer.
Andou a tocar em bares e no estrangeiro até que em 1991 conseguiu o primeiro disco a solo, "Pressões Digitais," onde se fez acompanhar de gente como o Vítor Rua (do duo Telectu) ou Rui Júnior (d’O Ó Que Som Tem).
Participou em vários festivais de jazz e editou um segundo disco, Jazz Live Recordings, que reúne gravações ao vivo entre 1989 e 2002.
É artista plástico e designer tem desenvolvido um trabalho consistente que complementa a faceta de músico.
Em 2004, Rui Azul lançou "à Bolina".
O CD é o resultado deste minucioso trabalho. Para além da música, quase todo o artwork, design, ilustrações e textos que preenchem o booklet são da sua autoria.
Se à primeira vista este é claramente um disco de jazz, há que notar que se trata de jazz pouco habitual. Enveredando por uma espécie de fusão, há um saxofone que serve de fio condutor para um disco que é composto por sugestões que invocam vários territórios.
Pela vontade do autor, este é o diário de uma viagem imaginária. E será uma viagem marítima, uma viagem por terras orientais, onde as alusões sonoras se misturam com uma certa inclassificável alma portuguesa que a música transmite.Distante da estrutura tradicional do refrão-improviso-refrão, a música avança indiferente a regras pré-estabelecidas, seguindo uma coerência própria.
As sonoridades exóticas relembram lugares longínquos, e a culpa é da instrumentação escolhida: rhäita, zummara, didgeridoo, dar’buka, entre outras coisas. Recorrendo a uma combinação entre meios acústicos e digitais elabora-se um disco bem costurado onde os temas vão surgindo como ondas – e a temática marítima é permanente. Pelo meio do disco, uma pérola humorística: “A família e o esturjão”, um conto de Mário Henrique Leira que serve como interlúdio. A ondulação do mar, ritmo constante que é utilizado como padrão unificador, está antes de mais evocada na capa – fantasia surrealista em que o saxofone é a caravela rumo ao imprevisível. Rui Azul viaja, sozinho, desde 1980 mas confiante no destino. E este disco, surpreendentemente, é uma ilha perdida no jazz português

quarta-feira, março 08, 2006

JAZZETOME


Não podemos deixar de saudar a edição comemorativa dos 40 anos do programa 5 minutos de jazz.
os CDs que estão a sair são peça de colecção que ajuda a recordar o tempo em que a rádio tinha programas de autor.
Veja a rádio por assinatura.
acabem com as playlists.