
Rui Azul é um dos pioneiros do jazz em Portugal.
Nos anos 80 integrou os Transatlantico com antonio Garcês (editaram o1 single "onde está o capital")
tem um percurso impressionante.
Participou nos discos “Vydia” e “Mimi tão pequena e tão suja” de Vítor Rua, “Aventuras no Sol e na Lua” de Horácio, “Mais um membro para a Europa” dos Trabalhadores do Comércio, “Monoxide” dos Blue Orange Juice. Compôs genéricos para o Cinanima, para programas de TV e para diversas Rádios nacionais. Compôs a música e/ou participou musicalmente em peças de Teatro: Schmurz (Boris Vian), Mais Mar Houvesse (J.P. Seara Cardoso), Peça com Repetições (Assédio) entre outras. Eleito em 1991 “Melhor Saxofonista Português” pelos leitores da revista Música, Instrumentos & Tecnologia - MI&T. Organizou o 1º Festival de Jazz do Porto (84), e ciclos de concertos e jam-sessions na Coop. Árvore, Luis Armastrondo e Pinguim Café. Escreveu para a revista MI&T artigos teorico-práticos sobre instrumentos de sopro e de cobertura de concertos (88/94). Realizou durante alguns anos o programa “Jazzologia”, nas Rádios Delírio (Porto), Satélite Gaia) e Atlântico (Matosinhos). É Designer Gráfico pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, cursou os Institutos Britânico e Francês (4 anos cada - Porto), Engenharia Mecânica e Arquitectura (2 anos cada - Universidades do Porto e de Lisboa) Actividade paralela em outras formas de arte: Como Autor de Banda Desenhada, tem 2 álbums editados, além de várias estórias e cartoons publicadas em revistas e fanzines Portugueses e Holandeses. Como Artista Plástico registam-se exposições individuais em Portugal e Holanda. Apresentou diaporama e videoarte, inseridos em espectáculos multimedia de sua autoria, assim como obras plásticas nas IX, XI e XII Bienais de Cerveira e nos Encontros de Nova Música, pelo ACARTE, no Centro de Arte Moderna da Fundação C. Gulbenkian (90). Como Ilustrador, Ilustrou livros didáticos, infanto-juvenis e Ilustração por computador, (e Infografismo) em publicações e sites diversos, e sendo o autor de capas de CD's (seus e de outros grupos e músicos). Exerce a actividade de Designer Gráfico e Criativo tendo trabalhado em várias agências de publicidade e design, estando actualmente em regime de freelancer.
Andou a tocar em bares e no estrangeiro até que em 1991 conseguiu o primeiro disco a solo, "Pressões Digitais," onde se fez acompanhar de gente como o Vítor Rua (do duo Telectu) ou Rui Júnior (d’O Ó Que Som Tem).
Participou em vários festivais de jazz e editou um segundo disco, Jazz Live Recordings, que reúne gravações ao vivo entre 1989 e 2002.
É artista plástico e designer tem desenvolvido um trabalho consistente que complementa a faceta de músico.
Em 2004, Rui Azul lançou "à Bolina".
O CD é o resultado deste minucioso trabalho. Para além da música, quase todo o artwork, design, ilustrações e textos que preenchem o booklet são da sua autoria.
Se à primeira vista este é claramente um disco de jazz, há que notar que se trata de jazz pouco habitual. Enveredando por uma espécie de fusão, há um saxofone que serve de fio condutor para um disco que é composto por sugestões que invocam vários territórios.
Pela vontade do autor, este é o diário de uma viagem imaginária. E será uma viagem marítima, uma viagem por terras orientais, onde as alusões sonoras se misturam com uma certa inclassificável alma portuguesa que a música transmite.Distante da estrutura tradicional do refrão-improviso-refrão, a música avança indiferente a regras pré-estabelecidas, seguindo uma coerência própria.
As sonoridades exóticas relembram lugares longínquos, e a culpa é da instrumentação escolhida: rhäita, zummara, didgeridoo, dar’buka, entre outras coisas. Recorrendo a uma combinação entre meios acústicos e digitais elabora-se um disco bem costurado onde os temas vão surgindo como ondas – e a temática marítima é permanente. Pelo meio do disco, uma pérola humorística: “A família e o esturjão”, um conto de Mário Henrique Leira que serve como interlúdio. A ondulação do mar, ritmo constante que é utilizado como padrão unificador, está antes de mais evocada na capa – fantasia surrealista em que o saxofone é a caravela rumo ao imprevisível. Rui Azul viaja, sozinho, desde 1980 mas confiante no destino. E este disco, surpreendentemente, é uma ilha perdida no jazz português