quinta-feira, janeiro 19, 2006

PAT METHENY- O MESTRE ESCOLA







Pat, assume um lugar próprio na galeria dos grandes executantes da guitarra, quiçá além mesmo de Al Di Meola, Lee Ritenour, Larry Coryel ou McLaughlin. Sem dúvida, o produto resultante da parceria entre um virtuoso das guitarras e um poeta do contrabaixo é um must em qualquer festival de jazz. Para entendê-lo bastará ouvir, e depois regressar à terra.
Pat Metheny nasceu em Kansas City, em 12 de agosto de 1954. Iniciando com o trompete já aos 8 anos de idade, Metheny trocou para a guitarra ao 12 anos. Aos 15 anos, já estava trabalhando com os melhores músicos de jazz de Kansas City, adquirindo experiência em bandas já muito jovem. Metheny estourou primeiramente na cena internacional do jazz em 1974. Com o lançamento de seu primeiro album, "Bright Size Life" (1975), ele reinventou "o som tradicional da guitarra jazz" para uma nova geração de guitarristas. Durante sua carreira, Pat Metheny continuou a redefinir o genero utilizando a nova tecnologia e trabalhando constantemente para evoluir a improvisação a potencialidade sonora de seu instrumento.
Planejou sua carreira com sabedoria, trabalhando primeiro com uma gravadora de grande prestígio na música moderna (ECM), depois em uma gravadora de inclinações pop (effen) e finalmente com um gigantesco conglomerado de mídia (Warner Bros). Flertou com o jazz-rock, com grande sucesso, e chegou mesmo a ter videoclipes exibidos na rede MTV. Segundo os críticos Richard Cook e Brian Morton, "Metheny tornou-se uma figura-chave na música instrumental dos últimos 20 anos.
Durante os anos, atuou com músicos tão diversos como Steve Reich, Ornette Coleman, Herbie Hancock, Jim Hall, Milton Nascimento e David Bowie. Formou uma parceria de composição com o tecladista Lyle Mays por mais de vinte anos - uma parceria que foi comparada às de Lennon/McCartney e de Ellington/Strayhorn por críticos e por ouvintes igualmente. O trabalho de Metheny inclui composições para guitarra solo, instrumentos elétricos e acústicos, grandes orquestras, e peças para ballet, com passagens que variam do jazz moderno ao rock e ao clássico.
Metheny atuou também na área academica como professor de música. Aos 18, foi o professor mais novo de sempre na universidade de Miami. Aos 19, transformou-se no professor mais novo de sempre na faculdade de Berklee de música, onde recebeu também o título de doutor honorário vinte anos mais tarde (1996). Ensinou também em workshops de música em várias partes do mundo, desde o Dutch Royal Conservatory ao Thelonius Monk Institute of Jazz. Foi também um dos pioneiros da música eletrônica, e foi um dos primeiros músicos do jazz que tratou o sintetizador como um instrumento musical sério. Anos antes da invenção da tecnologia de MIDI, Metheny usava o Synclavier como uma ferramenta de composição . Também tem participação no desenvolvimento de diversos novos tipos de guitarras tais como a guitarra acústica soprano, a guitarra de 42-cordas Pikasso, a guitarra de jazz Ibanez Pm-100, e uma variedade de outros instrumentos feitos sob encomenda.
Metheny é um músico que estuda e escreve muito, está aberto a inúmeras influências, e principalmente toca e grava muito. Nesse processo, atira em várias direções, e é inegável que acaba produzindo alguns trabalhos de caráter mais comercial, ainda que agradáveis e perfeitamente bem executadas.
Durante anos, Metheny ganhou vários concursos como o "melhor guitarrista de jazz" e prêmios, incluindo discos de ouro para os álbuns (Still Live) Talking, Letter from Home e Secrect Stories. Ganhou também quinze prêmios Grammy Awards sobre uma variedade de categorias diferentes incluindo Best Rock Instrumental, Best Contemporary Jazz Recording, Best Jazz Instrumental Solo, Best Instrumental Composition. O Pat Metheny Group ganhou sete Grammies consecutivos em sete albums consecutivos.
Metheny dedica-se a maior parte de sua vida a digressões, calculando em média entre 120-240 por ano desde 1974. Continua a ser uma das estrelas mais brilhantes da comunidade do jazz, dedicando tempo aos seus próprios projetos, a novos músicos e aos veteranos, ajudando-lhes a alcançar suas audiências tão como realizar suas próprias visões artísticas
Pat Metheny é, sob vários aspectos, um produto dos novos tempos no jazz. Jovem músico de técnica soberba, adquirida rapidamente, cedo tocou com alguns dos melhores nomes da atualidade, como Gary Burton, Michael Brecker, Jack DeJohnette, Charlie Haden. Planejou sua carreira com sabedoria, trabalhando primeiro com as edições de culto e de grande prestígio dna música moderna (ECM), depois em uma editora de inclinações pop (Geffen) e finalmente com um gigante dos média (Warner Bros). Flertou com o jazz-rock, com grande sucesso, e chegou mesmo a ter videoclipes exibidos na rede MTV. Segundo os críticos Richard Cook e Brian Morton, "Metheny tornou-se uma figura-chave na música instrumental dos últimos 20 anos. Já sua estatura como músico de jazz está mais sujeita a discussão"...
Sejamos justos: tal julgamento decorre do fato de que Metheny é um músico que estuda e escreve muito, está aberto a inúmeras influências, e principalmente toca e grava muito. Nesse processo, atira em várias direções, e é inegável que acaba produzindo alguns trabalhos de caráter mais comercial, ainda que agradáveis e perfeitamente bem executadas.
O que é admirável em Metheny, porém, é que em algumas obras ele cria uma música espantosamente densa, radical e sem concessões: Song X (com Ornette Coleman) e Zero Tolerance for Silence podem ser tudo, menos trabalhos de um músico preocupado em agradar. E sem dúvida suas gravações em trio são realizações jazzísticas extremamente válidas.
(escrito por V.A. Bezerra, 2001 no site Brasileiro ejazz.com)

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